Criado no início dos anos 2000, ghosting é um termo coloquial originado do inglês e derivado da palavra ghost , que significa "fantasma" em português. Ele é usado para designar o término de um relacionamento sem explicações ou aviso prévio e, posteriormente, quando se ignora toda e qualquer tentativa de contato ou comunicação feita pelo antigo parceiro.
Com a internet, o ser humano é cada vez mais exposto a novas situações. Em 2010, a mídia reportou um aumento no ghosting atribuído ao uso de mídias sociais e aplicativos de namoro. Se, por um lado, por meio das redes sociais, o ser humano consegue alcançar mais pessoas e ter mais possibilidades de viver e se relacionar, por outro, ele continua inseguro, medroso, com baixa autoestima, e isso é acoplado à tecnologia e a novos relacionamentos.
O "sumiço" pode ocorrer quando se tem um relacionamento afetivo ou mesmo sem envolver o lado afetivo. Em ambos os casos, isso caracteriza uma falta de empatia com o outro, embora relações virtuais possam ser superficiais e sem compromisso. Priscilla Souza, psicóloga comportamental, explica que a causa mais comum para que a pessoa decida simplesmente "sumir" é evitar desconforto emocional no relacionamento. "Alguém que dá ghosting geralmente não consegue se colocar no lugar em relação à maneira como a outra pessoa se sentirá", explica a especialista.
No que diz respeito à amizade, desaparecer pode não ser tão comprometedor quanto em um relacionamento afetivo, em que um acordo foi estabelecido. "A pessoa não tem coragem de olhar no olho e dizer que não quer mais. Existem o medo de não honrar a palavra e a busca sempre pelo caminho mais rápido, mais fácil e sem se comprometer", diz Priscilla.
Confusão por não saber o que aconteceu e procurar entender os motivos pelos quais aquela pessoa "sumiu" são algumas das etapas vivenciadas por quem passa por um ghosting . Além disso, certas consequências podem ser desenvolvidas: a vítima pode evitar se abrir para outros relacionamentos no futuro.
Além do ghosting , existem outras práticas nocivas e semelhantes. Uma delas é chamada de breadcrumbing , que é o envio de mensagens esparsas, apenas para manter a pessoa interessada, mesmo sabendo que não existe mais vínculo. Já o orbiting descreve uma situação em que a pessoa não mantém vínculos, mas fica "orbitando" o ex-parceiro pelas redes sociais, sem interagir com ele.
Souza atenta para que, nestes casos, a pessoa reflita sobre suas ações e tente vê-las através dos olhos de quem foi dispensado. Isso pode ajudá-la a acabar com o hábito e gerar mais empatia. Além disso, é importante trabalhar a comunicação, mesmo quando os assuntos forem difíceis ou desconfortáveis. Por fim, procurar um psicólogo pode ajudar a melhorar no relacionamento com os outros.
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