Cantora colombiana lançou música alfinetando ex-marido, acusado de a trair com funcionária
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Cantora colombiana lançou música alfinetando ex-marido, acusado de a trair com funcionária

O relacionamento conturbado da cantora Shakira e o jogador Piqué voltou às manchetes na última semana com o lançamento da faixa ‘“Shakira Bzrp Music Sessions 53”. Na música, a colombiana faz duras críticas ao ex-marido, que, segundo a imprensa espanhola, teria a traído com sua funcionária de 22 anos, Clara Chía.

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Sucesso imediato, o lançamento desencadeou uma troca de farpas entre a colombiana e o ex-jogador do Barcelona. Um trecho da canção cita que Piqué "trocou um Rolex por um Casio" e, em resposta, o futebolista anunciou uma parceria de sua liga de futebol com a marca de relógios japonesa na última sexta (13). 

As indiretas não pararam por aí: depois de Shakira cantar que o ex trocou uma “Ferrari por um Twingo”, Piqué viralizou nas redes após ser flagrado, no domingo (15) dirigindo o carro subcompacto e acessível da Renault, em clara provocação à cantora. 

A discussão chegou em seu ápice após o setorista do Barcelona, Miguel Blazquez, afirmar que Clara, ex-amante e atual namorada de Piqué, estaria se sentindo "perseguida, mesmo que não tenha culpa na separação".

A polêmica levantou um tópico nas redes: existe, de fato, uma maneira correta de lidar com uma traição? Segundo Natanna Taynara Schütz, psicóloga e autora do livro "Vamos Falar de Impulsividade", não.

“Cada pessoa apresenta um repertório de características e necessidades que fazem com que a forma de lidar com a descoberta de uma traição seja diferente”, detalha a terapeuta. Após a descoberta da infidelidade, a psicóloga explica que é comum que pessoas sintam tristeza, decepção, raiva e incompreensão. 

O problema, nessa situação, é que certos tipos de traição são naturalizados - e é o que detalha a pesquisa ‘Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil’. O levantamento, desenvolvido pelo aplicativo de relacionamentos Gleeden, revelou que 9 em cada 10 brasileiros consideram que as mulheres são mais julgadas socialmente ao cometer uma infidelidade do que os homens. Além disso, 99% dos entrevistados afirmaram que acreditam que homens que têm mais segurança e liberdade que mulheres em sociedade.

“Trair é considerado, para muitas pessoas, um comportamento de natureza de qualquer homem. É claro que isso não é verdade”, explica a psicoterapeuta Laís Santos. “Isso faz com que as mulheres sejam proibidas de reagir de uma forma natural, levando-as a segurarem as pontas em prol do casamento, dos filhos e da autoestima.”

A pressa e o desespero para lidar com esse problema, seja empurrando-o para debaixo do tapete ou terminando o relacionamento de forma imediata, nunca é a melhor opção. É necessário entender que as dúvidas e a revolta são processos naturais e é preciso enfrentá-los, explicam os psicólogos.

Ficar com raiva depois da descoberta é um sentimento comum e real, retoma Natanna. “Todas as emoções são válidas com funções em nossa vida, afinal, elas são apenas mensageiras para nos mostrar que precisamos olhar para algo em nossa vida. A raiva costuma estar associada às injustiças, sendo um alerta muitas vezes para lutarmos pelos nossos diretos.”

A psicóloga Cindy Stefani Correa explica que a infidelidade se trata de um luto. “É a morte do casamento ou parceiro perfeito e ideal”. Por se tratar de um misto de sentimentos, como raiva, tristeza, frustração, medo, angústia e decepção, é muito difícil lidar com todos esses sentimentos de uma vez e ao mesmo tempo.

Assim, o que define a reação à uma traição é a assertividade nas emoções. A psicóloga recomenda falar de forma honesta sobre nossos sentimentos, evitando posturas acusatórias e se demonstrando aberto a ouvir e compreender o outro também. 

“Uma dica interessante é ensaiar uma conversa mentalmente, organizando melhor as intenções que tem com o que será dito, evitando assim falar apenas por impulso no calor do momento. Afinal, geralmente o que é dito ou feito por impulso, não costuma gerar bons resultados”, atesta Schutz.

Decisões impulsivas não são recomendadas, pois causam grande arrependimento
Foto: Reprodução/Freepik
Decisões impulsivas não são recomendadas, pois causam grande arrependimento

“Recomendo começar falando como você se sente em relação ao que o outro fez e não sobre quem ele é. Exemplo: eu me sinto triste porque você traiu a minha confiança e me deixou sem esperança em relação ao meu futuro; eu estou decepcionada com o que você fez; eu não esperava isso de você”, aconselha Cindy.

A reconciliação, nesses relacionamentos, não é impossível, mas demanda tempo e esforço. Para Correa, o perdão pode ser uma realidade, caso desejado. “Já trabalhei casos de traição no consultório que realmente foram perdoados e seguiram em frente. De qualquer forma, cada caso será sempre um caso. Estamos falando de dois indivíduos, a individualidade e a subjetividade de cada um vão determinar tudo nesse processo.”

Outra dica importante é nunca subestimar a importância da ajuda profissional, principalmente se o casal não deseja terminar o relacionamento. Psicólogos são especialistas na mente humana, e a terapia pode ajudar em momentos difíceis como o de uma infidelidade. Seja na terapia em casal ou apenas em uma consulta individual, é importante tentar compreender a situação. 

“Um dos passos mais importantes do acompanhamento psicológico é ajudar a pessoa a entender [o problema]. A traição é um sintoma: sintoma da qualidade de um relacionamento, de crenças disfuncionais sobre si e sobre o outro, de histórico de vida”, finaliza a especialista. 


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