Pegging promove inversão de papéis sexuais; veja como começar a praticar
Dainis Graveris/Pexels
Pegging promove inversão de papéis sexuais; veja como começar a praticar

O termo "pegging" entrou para os assuntos mais comentados do Twitter na última semana. A discussão foi levantada devido a rumores de que um membro da monarquia britânica teria interesse na prática sexual, mas precisaria realizá-la com outra pessoa por desagradar a esposa. Publicado pelo polêmico perfil de fofocas de celebridades DeuxMoi, o relato viralizou e os internautas relacionaram as características com as do príncipe William.

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"O casamento extraconjugal desse membro da realeza britânica é um segredo conhecido em Londres e entre a aristocracia britânica. [...] Me contaram que o motivo dos affairs é o amor dessa pessoa por pegging, coisa que a esposa é 'à moda antiga demais' para fazer. A esposa não se importa, até prefere", diz o relato anônimo.

A suposta revelação colocou o termo Prince of Pegging (príncipe do pegging) em alta na rede social. No relato, o nome de William não chega a ser citado; ou seja, a informação não é oficial. Mesmo assim, a possível relação entre a figura de William e a fantasia sexual foi o que causou o alvoroço.

O pegging é uma prática de inversão de papéis realizada por casais heterossexuais e cisgênero, em que a mulher, por meio de uma cinta peniana, realiza sexo anal no homem. “A mulher veste a cinta, aplica lubrificante na região anal, o casal escolhe a posição mais confortável para os dois e acontece a penetração”, detalha a empresária e terapeuta sexual Bárbara Bastos.

É muito comum que essas mulheres vistam cintas que tenham dildos dos dois lados; assim, ela também é penetrada enquanto realiza o sexo anal no parceiro. Bastos afirma que, antes de chegar no ato em si, é importante apostar nas preliminares para garantir uma boa estimulação e conforto.

Bastos diz que o pegging pode ser explorado por qualquer tipo de casal que tenha o interesse em realizar inversão de papéis. No entanto, ela vê que casais que já conversam e colocam em prática as fantasias e fetiches sexuais estão mais suscetíveis a dar uma chance à prática.

“Não existe um perfil específico, mas praticantes de BDSM podem curtir pegging já que também se cria um espaço de dominação para a mulher”, analisa. A postura dominadora por parte da mulher também vai contra as imposições de gênero no sexo, podendo despertar nelas mais tesão e satisfação sexual.

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O estímulo à região anal é algo que amedronta muitos homens cisgênero heterossexuais que relacionam o sexo anal com a homossexualidade. No entanto, é por ela que se consegue fazer o melhor estímulo à próstata, um órgão com muitas terminações nervosas que pode proporcionar prazer ao sexo.

“Isso faz parte da fisiologia masculina, porém, as pessoas confundem que quem sente este prazer tem atração por homens, o que é claramente um preconceito. Homens que se sentem atraídos por homens é uma coisa, homens que sentem prazer no ânus é outra. Eles sentem prazer em uma região do corpo, como qualquer outra parte, independentemente de gostar de homens ou mulheres”, destaca a especialista.

Para homens que querem experimentar o pegging, Bastos afirma que há um ganho ainda em se deixar os preconceitos de lado e se libertar das amarras criadas por estereótipos sociais. Isso pode favorecer o autoconhecimento e a intensificação do prazer.

“Fica mais fácil de entender que ele tem um órgão que pode dar muito prazer e que isso é fato. Sempre vale a pena se aprofundar no relacionamento com sua parceira e alcançar mais prazer sexual”, conclui a terapeuta sexual.

A terapeuta afirma que se abrir sobre fantasias e fetiches pode melhorar não só a relação, como muitas outras áreas da vida. Isso porque o casal cria uma conexão maior, o que favorece a segurança, a intimidade e a construção de um diálogo mais franco em todos os setores da relação.

Como começar a praticar?

Bastos afirma que o primeiro passo é a descoberta e a conversa. É importante que o casal se sinta confortável para conversar sobre as próprias fantasias e fetiches. Para casais que ainda estão conhecendo os desejos do outro, vale a pena experimentar aos poucos, sempre com consentimento.

“É legal começar com um beijo grego [beijo no ânus] enquanto beija o pênis. Aproveite para fazer carinho com as mãos e dedos no períneo até chegar no ânus. É importante perceber as reações do homem para saber se está gostando. A mulher pode perguntar se está confortável, prazeroso ou de que jeito fica melhor”, ensina Bastos.

Ela reforça que é importante respeitar os limites de cada um. Para quem não sabe qual seria a reação do par, o ideal é testar aos poucos: “Não há necessidade de fazer tudo em um mesmo dia. Vá com calma, sem pressa”, diz.

Além da cinta peniana em si, existem outros produtos que podem melhorar a experiência – principalmente para quem vai receber a penetração anal. A terapeuta sexual indica o uso de lubrificantes e géis dessensibilizantes sem moderação para ajudar a lubrificar a área. Vale lembrar que o ânus não possui lubrificação natural.

Existem  sex toys específicos para o ânus que podem tanto incrementar as preliminares como ajudar a acostumar essa parte do corpo para receber a penetração. “O uso de plugs anais também é interessante antes de usarem a cinta, já que são menores e mais finos”, indica Bastos. Uma boa dica é fazer a busca de produtos para serem usados durante o ato sexual juntos. Dessa maneira, é possível optar pelos melhores produtos de acordo com o gosto de cada um.

Ela acrescenta que é preciso apostar na higiene da região. “É essencial para qualquer sexo prazeroso e confortável. Se quiser sentir mais segurança, pode-se usar a ducha higiênica”.

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