Muitos casais se referem a seu par como seu melhor amigo. Mas e quando dois amigos decidem ficar, mas sem criar um vínculo romântico: será que funciona? Em entrevista ao Delas, duas mulheres contaram suas experiências com esse tipo de relação. Uma funcionou bem, já a outra, nem tanto.

Amizade colorida dá certo ou não?
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Amizade colorida dá certo ou não?



"Ficar com ela não atrapalhou em nada"

A estudante de veterinária Vanessa*, 23 anos, conheceu a Vitória* por conta de amigos em comum. As duas foram se aproximando e um vínculo de amizade foi formado. Por muito tempo foi apenas amizade, até que um dia as duas saíram juntas, o clima foi esquentando e elas ficaram. Como nenhuma delas queria nada sério no momento, decidiram juntas que queriam manter uma amizade colorida.


“Uma coisa que eu gostava muito é que nossa amizade era muito boa. Ela cuidava bastante de mim, me buscava no trabalho, a gente saia pra comer juntas. Nós sempre fomos muito amigas, ficar com ela não atrapalhou em nada", conta.

Ela continua: "Não sei o que fez dar certo a amizade colorida, só sei que deu, acho que foi uma questão de maturidade e conversa, não rolava ciúmes nem nada”, diz Vanessa. Ela conta que quando Vitória conheceu sua atual esposa, ela foi uma das primeiras a saber e ficou super feliz pela amiga.

“Aquela relação, naquele momento, foi muito importante pra mim. Eu não estava com cabeça para relacionamentos. Hoje em dia, nos não conversamos mais, pois a esposa dela tem muito ciúmes da relação que a gente tinha, mas eu ainda tenho muito carinho por ela e por tudo que vivemos”.

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"Comecei a gostar dele, mas descobri que estava ficando com outra"

Assim que se formou em pedagogia, Aline*,25, decidiu que queria passar um tempo fora do país, antes de voltar para sua rotina. Pegou suas economias e foi para Portugal passar uns meses na casa de uma amiga. Por meio de sua anfitriã ela conheceu Pedro*, que estudante  brasileiro que também morava em Portugal.

Os dois se tornaram amigos, mas perceberam que a atração entre eles ia além da amizade. “Começamos a ficar, mas decidimos que não queríamos nada sério, porque achei que ia ficar lá por pouco tempo. Eu queria continuar ficando com ele e ele comigo, então decidimos ter uma amizade colorida”, lembra.

Eles se viam quase todos os dias e ela começou a se envolver. “Eu comecei a gostar muito dele e eu descobri que ele estava ficando com outra menina. Eu fiquei magoada e falei ‘ou a gente fica só a gente ou acabou’, ele não quis nada e a gente terminou. Ficamos meses sem se falar. Ele falava que o coração dele não tinha dona, mas uns dois meses depois eles começaram a namorar, mas a namorada descobriu várias traições da parte dele ela terminou.”

Apesar de difícil, Aline conseguiu recuperar do coração partido e voltou para o Brasil. Semanas após ter chegado, Pedro mandou uma mensagem perguntando quando ela voltaria e se odiava ele. “Sabe o papinho de homem? Eu respondi que eu perdoava, mas eu falei que não tinha pretensão alguma de voltar a falar com ele. Além de perder o menino que eu gostava, ele também era meu amigo, mas tudo bem”, conclui.

Freitas explica que o maior risco da amizade colorida é esse: uma das partes se apaixonar e a outra não.

Segundo a psicóloga especializada em sexualidade e colaboradora da plataforma Sexo sem Dúvida, Jéssica Siqueira, explica que o maior risco da amizade colorida é esse: uma das partes se apaixonar e a outra não.

Ela diz que para esse tipo de interação dar certo é preciso ter confiança no seu amigo ou amiga. “Entre as vantagens tem a confiança, o não compromisso com a fidelidade, a ausência de cobranças e o respeito à individualidade de cada um”, explica a especialista.

“Caso você se apaixone o melhor a se fazer e conversar e ser sincera com a sua amizade, expor seus sentimentos e entender os sentimentos da outra pessoa. Quando a paixão não for recíproca o mais certo a se fazer é exercer o amor próprio, dar um tempo sem ver a pessoa, evitar qualquer contato com ela (redes sociais, ligações, mensagens), de forma respeitosa e confortável, por fim, fazer o possível para superar”, aconselha.

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