Amanda Faye, de 25 anos, vive na Califórnia e se destaca por ser uma camgirl. A mulher, que pesa 193 kg, ganhou um exército de fãs online por consumir muitas calorias por dia diante das câmeras enquanto seus espectadores pagam para vê-la encher a barriga com diversos tipos de guloseimas. E isso tem explicação: um fetiche chamado feederism .
Para quem nunca ouviu falar, esse é um fetiche em que há prazer erótico e sexual ao ver o outro alimentando-se e apreciando seu corpo crescer e ganhar peso por meio da alimentação – e até mesmo de forma imediata com o estufamento. “Eu faço vídeos em que como uma grande quantidade de comida e faço ingestão de líquidos, o que me faz parecer ainda mais inchada”, conta a camgirl ao jornal britânico Daily Mail .
Antes de entrar para esse mundo, a jovem chegou a perder 44 kg em uma tentativa de se encaixar nos padrões de beleza impostos pela sociedade. Entretanto, ela percebeu que se sentia mais confortável com o peso de antes e afirma que ser gorda a faz feliz tanto fisicamente quanto sexualmente.
Por conta dessa decisão, passou a receber muitos críticas, mas isso não a incomoda. "Os comentários negativos não são nada que eu não tenha ouvido toda a minha vida. Recebo os típicos insultos, como vaca gorda, baleia assassina e banha de porco. Sou uma pessoa muito positiva, então geralmente ignoro ou dou uma resposta lúdica de volta”, afirma.
A carreira da camgirl no mundo do fetiche
Amanda começou a aplicar o feederism em 2016. "Eu era tímida no início", explica. "Mas, com o passar do tempo, senti mais a minha vocação e, lentamente, mas de forma segura, apaixonei-me pela comunidade.”
Ela começou no Feabie, uma rede social para “alimentadores e admiradores de gordura”. Depois, mudou-se para o Tumblr e, em seguida, chegou ao Instagram, canal em que acumula mais de 50 mil seguidores.
Apesar de não divulgar quanto ganha por mês, a camgirl explica que a maior parte de sua renda vem através do Instagram e do Patreon, um site que permite criar seus próprios serviços de assinatura.
Ela cobra US$ 10 (R$ 37) para liberar o acesso aos vídeos e fotos, US$ 20 (R$ 74) para segui-la no Snapchat, US$ 50 (R$ 186) por uma ligação do FaceTime e US$ 100 (R$ 372) para todos os itens acima e mais algum conteúdo adicional.
Nos vídeos, Amanda realiza o desejo dos clientes. E há muitos pedidos inusitados. Uma vez, um homem a pagou para vê-la comer 13 peras e abrir um coco enquanto aparecia seminua na câmera. Os alimentos mais populares são hambúrgueres e frutas.
Geralmente, a jovem grava de dois a três vídeos por dias para seus apoiadores do Patreon e para aqueles que enviam solicitações específicas. Ela também faz aparições ao vivo no Instagram para que seus fãs possam se sentir conectados.
Nas gravações, ela chega a consumir quatro mil calorias, mas o número pode subir para dez mil dependendo do que foi convidada a comer . Amanda acredita que uma das vantagens da atividade é poder ser criativa. "Adoro ideias interessantes para que meu trabalho nunca seja entediante", declara.
Ganhar peso não é um problema
Amanda fala que não acha difícil manter seu tamanho para os seguidores. "Eu sou naturalmente uma garota maior, então, enquanto eu continuar a comer bem, fico facilmente fofinha para os meus fãs”, diz.
Embora tenha que lidar com alguns clientes mais agressivos e exigentes, a maioria é bastante respeitosa. "Você realmente começa a florescer como pessoa quando escolhe ser você mesmo, apesar de todas as perspectivas forçadas e dos personagens idealizados que lhe dizem que deveria ser, a fim de se amar de verdade. Desde que você seja fiel a si mesmo, nada mais importa”, expõe.
Por fim, a camgirl promete continuar a atuar nesse fetiche e considera-se uma defensora do body positive . “ Positividade corporal é um assunto tão controverso e não importa o que eu diga, sempre haverá pessoas com prontas para lutar comigo, então eu vou manter as coisas simples - todo mundo e todo corpo é lindo. Não deve haver nenhuma vergonha em celebrar isso”, encerra.