Cada casal tem a sua dinâmica e as suas regras. Enquanto para algum controlar o comportamento do outro pode ser considerado uma forma de cuidado e atenção, para outros a situação pode ser sufocante e causar diversas brigas .

Querer controlar o outro não é um comportamento normal em uma relação e pode ser bastante prejudicial
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Querer controlar o outro não é um comportamento normal em uma relação e pode ser bastante prejudicial

A realidade é que o controle do comportamento do outro dentro de um relacionamento amoroso acaba envolvendo sofrimento de ambos os lados. Quem sente a necessidade de controlar a vida alheia sofre de ansiedade e insegurança, enquanto quem é controlado vive com a sensação de sufocamento.

Para Camilla Couto, orientadora emocional para mulheres com foco em relacionamentos, esse é um assunto complexo e que gera muita discussão e brigas entre os casais. “Enquanto para algumas pessoas esse tipo de comportamento, digamos, mais apegado, é fundamental para manter a chama da paixão acesa, para outras, isso simplesmente apaga o amor”, fala.

A orientadora emocional relembra que um casal é formado por duas individualidades, com desejos e vontades diferentes, por isso, é fundamental fazer um conjunto próprio de “regras”. “Comunicar-se de maneira clara e objetiva desde o começo da relação é imprescindível para que ambos decidam o que é e o que não é aceitável”, orienta.

Querer controlar a vida do parceiro é normal?

A confiança é o principal pilar para manter um bom relacionamento e evitar conflitos por querer controlar o outro
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A confiança é o principal pilar para manter um bom relacionamento e evitar conflitos por querer controlar o outro

De acordo com Camilla, não deveria ser. A orientadora emocional diz que em um relacionamento de casal, a confiança deve vir sempre em primeiro lugar e, onde há confiança, o controle deve passar longe. “Acontece que muitos casais se formam não somente pela vontade de estar juntos, mas por inúmeras outras razões (como carência, medo da solidão, vingança, interesse, dentre outros). E é aí que as cobranças começam a surgir”, revela a profissional. 

“Se você já sabe que ele é infiel, por exemplo, e opta por entrar num relacionamento com ele mesmo que fidelidade seja uma regra de ouro para você, as chances de você virar uma namorada totalmente neurótica que quer ter o controle de cada passo da vida dele são enormes”, exemplifica.

Camilla explica que o mesmo acontece quando acreditamos no conjunto de verdades sociais repassadas por livros, novelas, filmes e músicas de que o amor de ser uma experiência sofrida, de que a traição pode acontecer sempre e que os homens não resistem a outras mulheres.

“Essas são crenças limitantes que devem ser esquecidas urgentemente. Porque não, não é absolutamente verdade que todos os homens traem. Talvez você até já tenha sido traída no passado. Mas isso não significa que você deve viver insegura no relacionamento atual e ser tornar campeã no quesito controle da vida do parceiro”, alerta.

A orientadora emocional enfatiza que o medo da perda, de ser traída ou trocada, assim como a possessividade , vem do senso de escassez que orienta boa parte das relações sociais. “Aprendemos desde pequenas que existem mais mulheres do que homens e crescemos em um clima de disputa – assim é com quase tudo em nossa sociedade. Mas precisamos dar um basta! Não precisamos mais viver com medo e muito menos com a necessidade de ter o controle da vida do outro para nos sentirmos seguras”, fala.

Segundo Camilla, é hora de exercitar o desapego nas relações, principalmente desapegar da necessidade de controlar a vida do parceiro. E isso não significa viver em um relacionamento aberto , mas, sim, entender que existem limites individuais que devem ser respeitados e, principalmente, que o outro está com você porque quer. Além disso, é fundamental entender que estar em um relacionamento não significa ser do outro. “Ele está com você, isso não quer dizer que ele é seu”, finaliza Camilla.

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