Hailey Bieber sofre de cistos no ovário
Foto: Reprodução/Unsplash
Hailey Bieber sofre de cistos no ovário

A modelo Hailey Bieber (26) revelou, na última terça (26), que sofre com cistos ovarianos em seu útero. A esposa de Justin Bieber contou, em seu perfil no Instagram, que o nódulo causa dores constantes, inchaço e instabilidade emocional.

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“Eu não tenho endometriose ou SOP, mas tenho cistos ovarianos algumas vezes e nunca é divertido. É doloroso, incômodo e me deixa enjoada, inchada, com cólicas e emotiva”, divulgou a estadunidense pelos stories. A influenciadora também contou que o cisto é “do tamanho de uma maçã” e ainda reforçou que o inchaço "não é um bebê."

O problema enfrentado por Hailey Bieber é comum na vida de milhares de brasileiras: os cistos são membranas de líquido que se acumulam no corpo. Eles podem ser formados em qualquer local, como nos seios, tireóide, fígado e rins. 

Os cistos ovarianos, por vez, estão conectados com o ciclo menstrual e são divididos entre cistos foliculares, cistos dermóides e cistos de corpo-lúteo.

Os cistos foliculares são mais comuns e ocorrem quando o folículo do ovário não se rompe e não libera o óvulo. Sem a liberação do gameta, ele cresce, tornando-se um cisto. “Ele geralmente desaparece espontaneamente e não tem motivo de preocupação”, explica Carolina Curci, especialista em Ginecologia, Reprodução Humana e Obstetrícia e médica pela Universidade de Marília.

O cisto de corpo-lúteo é formado quando esse folículo é liberado e continua a crescer, em vez de se decompor. “Ele pode formar uma dor de irritação, porque dentro dele é sangue que se acumulou na ovulação”, detalha Curci. 

Já os cistos dermóides fetal são formados por restos celulares e anexos embrionários, como atesta Carolina. “É um cisto que veio lá do tecido germinativo da paciente, pode ter pele, cabelo, sebo, por exemplo, e é um crescimento muito lento. Eles medem de 5 cm a 12 cm e o tratamento é cirúrgico.”

No caso de pacientes com endometriose, existe a possibilidade da formação de cistos, conhecida como endometrioma. Podem também existir cistos que são tumores, tanto benignos quanto malignos e cancerosos.

Como eles podem ocorrer normalmente durante a idade reprodutiva feminina,  eles apresentam sintomas como dores pélvicas, dores no abdômen, inchaço, instabilidade emocional, atrasos menstruais e até dificuldade para engravidar naturalmente.

Sintomas e tratamento

Geralmente, a presença dos cistos é quase indetectável no corpo, já que a maioria deles não apresenta sintomas. Outros sinais também podem ser confundidos com alterações regulares do período menstrual, como cólicas e alterações hormonais.

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Cólicas e dores pelo corpo são comuns em alguns casos

Em entrevista ao iG Delas, o médico ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana Fernando Prado detalha que, dependendo do tamanho dos cistos, eles podem causar certo incômodo. “Eventualmente, quando são grandes, podem causar algum desconforto ou dor na pelve. Caso o cisto cause uma torção nos ovários, podem desencadear um episódio de dor forte, que leva a paciente a procurar ajuda médica.”

Os cistos que mais merecem a atenção das pacientes, segundo o médico, são os complexos. Esses nódulos possuem partes sólidas em seu interior e podem ser endometriose, tumores benignos ou até mesmo câncer. 

“Se após um tempo eles não sumirem ou tiverem um crescimento exagerado, será necessária uma cirurgia para sua remoção e análise. Assim conseguimos descobrir a causa e fazer o tratamento correto.”

Outro ponto de atenção do especialista é sobre o risco de torção dos ovários. Cistos grandes podem fazer com que o ovário sofra uma torção, causando a chance de necrose e até da remoção do útero por completo. 

O diagnóstico de qualquer nódulo é feito via ultrassom. A maioria dos cistos não requer qualquer tipo de tratamento: Fernando aponta que, geralmente, eles desaparecem de forma voluntária - basta acompanhar, por exames de imagem, o que acontece dentro do útero.

Quando o cisto é complexo (com septos ou conteúdo sólido), costuma-se realizar uma cirurgia para retirar o problema, mantendo o restante do ovário que está normal. 

Os especialistas reiteram que não existem muitas formas de prevenir o aparecimento de cistos no ovário, já que eles são uma consequência direta das transformações hormonais do corpo. “Mesmo o uso de pílulas ou hormônios podem desencadear o surgimento de cistos”, diz Fernando.

O médico aconselha que não é preciso ter preocupação ou pânico quando se nota a presença de um cisto. “A imensa maioria é de cistos simples e que precisam apenas observação”, revela.

Os especialistas refletem que, por mais que não exista uma forma direta de prevenir os cistos, a consulta regular com um ginecologista é essencial para a saúde reprodutiva da mulher.

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