Tudo o que comemos afeta, direta ou indiretamente, o funcionamento do cérebro. Sendo assim, a alimentação também afeta a saúde mental. Um novo e promissor campo de estudos vem se dedicando a entender de que maneira se dá essa alteração e como os alimentos podem ser úteis para o controle e cura de doenças como a ansiedade e a depressão: a psiquiatria nutricional.
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"É uma área de estudos que vem crescendo, avaliando a percepção de que alimentação tem a ver com saúde mental e humor, o impacto nisso e como esses mecanismos podem acontecer", diz o endocrinologista Fillippo Pedrinola. "De fato, a comida, o alimento, não é só a composição nutricional, é informação, e vai ter impacto na expressão no nosso gens, isso na nutrigenética, ligando ou desligando gens", explica.
Os resultados dos estudos, segundo o psiquiatra Marcus Zanetti, têm sido promissores, consistentes e convergentes. "Ainda não se trata de uma especialidade, surgiu de estudos dos riscos de depressão em associação de padrões, a ligação de sintomas emocionais com a microbiota do intestino", diz.
Zanetti acredita que a psiquiatria nutricional vá ter um impacto clínico muito grande, com tratamentos com uso de suplemento, como faz a chamada medicina do estilo de vida, relacionando diferentes vertentes como sono, atividade física, gerenciamento de estresse e alimentação.
"Nosso organismo funciona através de reações químicas modeladas por nutrientes", explica a psicóloga Laís Murta. A psiquiatria nutricional estuda exatamente essas reações da alimentação para identificar substâncias para tratar doenças, transtornos de humor.
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"A importância da psiquiatria nutricional está na prevenção. Ao estudar essa interação dos nutriuentes, fazer essa fundamentação, chega a padrões alimentares que estão associados à saúde mental. O importante é o ambiente em que o nutriente está inserido, há evidências reais de populacoes que aderem a esses padrões adoecem menos", explica Murta.