Março Lilás é uma campanha de  combate ao câncer de colo de útero
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Março Lilás é uma campanha de combate ao câncer de colo de útero

Câncer do colo do útero  é assunto sério, mas a boa notícia é que a doença pode ser prevenida a partir de alguns cuidados. Este  mês, que leva a cor lilás, traz como foco a prevenção e conscientização contra a neoplasia, que tem como principal causa o  Papilomavírus Humano (HPV), responsável por cerca de 99% dos casos.

Cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas irão entrar em contato com o vírus durante a vida. Por volta dos 25 anos de idade, é quando o ápice da transmissão acontece e depois do contágio, 5% delas irão desenvolver a neoplasia entre dois e dez anos, segundo o Ministério da Saúde.

No Brasil, o câncer do colo do útero atinge anualmente cerca de 16.590 mulheres, como estima o Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio 2020/2022. Vale lembrar ainda que a doença é o terceiro tipo de câncer que mais afeta o público feminino, por isso, é muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para o início do tratamento.

De acordo com Larissa Gomes, oncologista, a infecção por HPV costuma ser assintomática e autolimitada. "Em grande parte dos casos, até os 30 anos as mulheres podem ter essa infecção resolvida. No entanto, há a possibilidade do vírus evoluir para o desenvolvimento do câncer do colo do útero”, explica.

A seguir, a oncologista comenta com exclusividade ao iG Delas seis informações relevantes para ficar no radar:

A vacina contra o HPV pode prevenir o câncer do colo do útero?

"Sim! Desde 2014, ela é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do Brasil para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Diante dessa realidade, a vacinação contra o HPV pode não só prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina e ânus nas mulheres e de pênis nos homens. É necessário que a imunização ocorra antes da exposição ao vírus, ou seja, antes do início da vida sexual. Vale lembrar que em março de 2021 o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária da vacinação contra o vírus do HPV (Papilomavírus humano), para 45 anos em mulheres imunossuprimidas. ".

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Mulheres jovens podem ter câncer do colo do útero?

 “Em grande parte dos casos, esse tipo de câncer ocorre após os 40 anos, mas é importante reforçar que pode acontecer em qualquer idade. Por isso, é fundamental que a realização do exame do Papanicolau seja feita a partir dos 25 anos ou quando a mulher começa a ter relações sexuais. Por conta da baixa procura pela vacinação e exames ginecológicos de rotina, é possível notar um aumento dos casos em pacientes jovens, mostrando ainda mais que a prevenção é fundamental desde cedo”.

Qualquer mulher contaminada pelo HPV pode ter câncer do colo do útero?

"Não. Menos de 10% das mulheres infectadas irão desenvolver a doença, contudo, isso não é uma regra. No caso de pacientes com a imunidade comprometida, ou seja, transplantadas, portadoras de HIV ou ainda que realizem algum tratamento imunossupressor, a reprodução do vírus pode acontecer de maneira mais facilitada. Portanto, é fundamental que a vacinação contra o HPV ocorra como uma maneira de prevenção à doença". 

80% da mortalidade pela neoplasia pode ser reduzida quando descoberta precocemente

“Infelizmente, grande parte das mulheres não são diagnosticadas enquanto o câncer está na fase inicial. Por isso, é muito importante que os exames de rotina, como o Papanicolau, sejam realizados periodicamente na tentativa de um diagnóstico precoce evitando sua progressão. Nem sempre os sintomas podem ser percebidos, e a grande maioria das mulheres é assintomática nos estádios iniciais. No entanto, caso a paciente note algo fora do normal, é fundamental buscar pela ajuda de um especialista”.

Os primeiros sinais podem demorar para aparecer?

 “Na maioria dos casos, o câncer do colo do útero é assintomático, mas é possível observar o surgimento da dor na relação sexual, sangramento ou, ainda, secreção vaginal com odor, quantidade ou aspecto diferente do usual. Quando a doença está avançada, a paciente pode apresentar dores mais intensas na região pélvica, alterações urinárias ou intestinais, perda de peso não justificada ou dores nas pernas e costas, ou cansaço extremo relacionado a perda sanguínea (anemia).

Se a mulher notar sangramento durante a menopausa, é preciso ficar de olho

"O sintoma pode estar relacionado ao câncer do colo do útero, contudo, é importante reforçar que não é a única causa possível. Há a possibilidade desse sinal estar ligado a outras situações, como pólipos endometriais, atrofia, uso de terapia de reposição hormonal, lesões de colo, vagina ou endométrio, etc. Caso a paciente perceba a presença do sangramento, é essencial procurar um ginecologista o quanto antes".

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