Além das brigas e polêmicas no BBB 22 , o comportamento da modelo e participante Bárbara Heck vem chamando a atenção de internautas. A sister se alimenta de forma bem diferente dos demais, comendo pouco e praticando jejuns muito longos. Os fãs do reality se questionam se a modelo teria algum transtorno alimentar, já que algumas vezes, ela se culpou por comer algumas comidas e para compensar, fez jejum intermitente.
Conforme explica o nutricionista Fabrìcio Ribeiro, jejum intermitente não é uma dieta. De acordo com o especialista, é uma ferramenta que coloca os hormônios que prevalecem no emagrecimento mais altos. Para isso a pessoa fica um período longo sem ingerir nenhum alimento, que pode variar de 12 a 16 horas - ou até mais.
"Se ele for feito todos os dias é prejudicial sim. Se é uma ferramenta, eu preciso ter uma estratégia alimentar para o período de não jejum. Ou seja, se eu faço jejum diariamente 16 horas, eu tenho uma janela alimentar que eu preciso ter essa estratégia de oito horas", explica.
O jejum intermitente, forma explicada pelo especialista, é muito comum em processos de emagrecimento acompanhados por médicos, mas esse processo feito de maneira errada pode trazer falta de nutrientes, calorias e impactar de forma negativa na saúde dessa pessoa. Além disso, para quem fica muito tempo sem comer, o momento de quebra de jejum pode causar angústia e ansiedade.
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Transtorno alimentar?
Segundo a nutricionista Andrea Marim os transtornos alimentares podem causar desnutrição, estresse, mau-humor, falta de interação social, perda de massa muscular, piora no estado do cabelo, pele e unha. O transtorno alimentar, seja ele comida em excesso ou a falta dela, pode render sérias questões físicas e psicológicas.
"O paciente entra em um ciclo vicioso negativo, quer fazer jejum porque quer emagrecer muito rápido. Eventualmente, ela tem problemas de compulsão alimentar, que dá um efeito rebote. Existem casos, inclusive, de bulimia", completa Ribeiro.
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A psicóloga Gabriela Malzyner, do Meniá Centro de Prevenção, afirma que esses transtornos alimentares são muito reforçados pela sociedade. Ela ressalta que para a prevenção é preciso fazer um trabalho de conscientização de o corpo perfeito idealizado não existe.
"Um outro ponto visto no BBB é Tiago Abravanel, que toca numa questão importantíssima alimentar que é a gordofobia. Se a gente entender que os transtornos estão sempre relacionados a questão da imagem, corpo, a gente vai entender que a sociedade julga qualquer corpo que não seja esteticamente idealizado", diz.
Se Bárbara Heck possui ou não algum tipo de transtorno alimentar, essa é uma pergunta que só um profissional, em consulta, poderia responder. Porém, tanto os brothers quanto a produção do programa já questionaram Bárbara sobre sua alimentação. Essa cobrança fez com que ela chorasse e pedisse para que cada um cuidasse da própria alimentação.
"Não é possível bater o martelo se ela [Heck] tem um transtorno alimentar ou não. Mas, é evidente que ela sofre de Comer Transtornado, esse termo é designado para se referir a quem tem comportamentos com traços de Transtorno Alimentar, mas não cumpre os critérios para fechar o diagnóstico de Transtorno Alimentar", diz a nutricionista Tania Alves.
"Só apontar o dedo e dizer de um transtorno alimentar, sem fazer com que isso vire uma conversa, se pense quais os motivadores do transtorno, o que está em voga, quais são os motivadores, as dificuldades, talvez seja um tanto sem sentido, num tom acusatório. É uma doença e precisa ser cuidada, ouvida, analisada, trabalhada. Não adianta estigmatizar alguém como se isso fosse do campo da escolha, porque não é uma escolha exatamente", diz Malzyner.
No final de janeiro, a equipe de Bárbara se manifestou sobre a polêmica e afirmou que 'essa pressão pela comida, sobre o que ela come ou deixa de comer, já passou dos limites do aceitável' e que a sister está saudável.