Um dia antes de ter seus portões fechados como medida de endurecimento das restrições para conter o coronavírus, a Praça Paris, na Glória, tinha sido o destino de dezenas de corredores nesta quarta-feira. Em outros pontos de atividades ao ar livre do Rio, como a Enseada de Botafogo e as ciclovias de Ipanema e Leblon, também havia movimento, embora menos intenso que em dias normais.

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Atividade física ao ar livre até pode sem feitas em locais sem aglomeração, mas o melhor é evitar sair de casa
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Atividade física ao ar livre até pode sem feitas em locais sem aglomeração, mas o melhor é evitar sair de casa

As autoridades públicas, no entanto, ressaltam que no momento é preciso permanecer em casa. E infectologistas alertam: diante da pandemia, além da orientação de evitar as ruas, se alguém precisar realizar algum exercício físico indispensável, é preciso tomar uma série de cuidados.

Presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio e integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara desaconselha o uso de aparelhos de ginástica compartilhados, como barras em parques e praias e halteres de academias públicas. Para utilizá-los, diz ela, seria necessária uma higienização correta, o que a maioria não teria condições de fazer.

''É melhor que não, porque não bastariam algumas gotas de álcool em gel", diz ela. ''Já caminhadas e corridas, por enquanto, são menos problemáticas, obviamente que respeitando o princípio de lugares sem aglomeração. Os condomínios, por exemplo, podem fazer escalas para que pessoas que precisam deem voltas no play. Mas também é possível fazer atividades em casa. Atualmente, há vários aplicativos que auxiliam nos movimentos", afirma.

Nesta quarta-feira (18), o casal Gilda e Carlos Maria, de 70 e 71 anos, não deixou de fazer suas caminhadas rotineiras com a cadela Kira na pista entre a Enseada de Botafogo e o Aterro do Flamengo.

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Apesar do decreto, muitas pessoas ainda estão fazendo suas caminhas e corridas ao ar livre.
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Apesar do decreto, muitas pessoas ainda estão fazendo suas caminhas e corridas ao ar livre.

''É para manter a saúde. E estamos tomando medidas, como não nos aproximarmos de outras pessoas'' argumentava Gilda, que fazia a atividade no horário de menor movimento, por volta das 12h.

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Na cidade de Niterói, um decreto do prefeito Rodrigo Neves chegou a interditar o acesso às praias, determinando ainda que não podem ser frequentados os calçadões, onde muitos moradores costumam fazer caminhadas e há aparelhos de ginástica.

No Rio, a bailarina Gabriela de Faria e o modelo Luiz Fernando Altenfelder, ambos de 25 anos, trocaram o treino numa academia, com o funcionamento suspenso por 15 dias, pelos halteres de cimento da “The Flintstones Gym”, como é conhecida a área para malhação no Arpoador. Além de garrafas d’água para se hidratarem, eles afirmavam que tinham tomado os cuidados recomendados.

''Estamos utilizando as mesmas barras para todas as séries. Trouxemos ainda lenços umedecidos e um frasco de álcool em gel para higienizá-las, porque é um material que muitas pessoas podem compartilhar'', afirma Gabriela. ''Antes mesmo de as academias fecharem, já estávamos correndo ao ar livre, com a distância indicada pelos especialistas de cerca de dois metros das outras pessoas'', continua ela.

De acordo com o infectologista Edimilson Migowski, se alguém precisar sair de casa para alguma atividade física, o álcool em gel é, de fato, um item imprescindível, junto com garrafas de água individuais. Ele também ressalta, no entanto, que os cuidados de nada valerão se o lugar da prática esportiva aglomerar gente.

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Álcool e gel é um item obrigatório para higienização após uma caminhada
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Álcool e gel é um item obrigatório para higienização após uma caminhada

Era o caso, nesta quarta-feira, de uma academia parecida com a do Arpoador, a do Aterro do Flamengo, próxima ao Monumento Estácio de Sá, que tinha movimento intenso, por volta das 12h30m. Aos usuários frequentes do espaço, juntaram-se outros, oriundos das academias fechadas.

''É a segunda vez que venho. Sou um aficionado pelo esporte. Como as academias fecharam, resolvi treinar aqui, com o cuidado, por exemplo, de limpar as mãos com álcool em gel e não coçar os olhos'', diz César Di Lorenzo, que trabalha com hotelaria.

Alguns dos usuários, no entanto, admitiam que tinham higienizado as mãos antes das atividades, mas não tinham levado frascos de álcool em gel para a academia.

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