Tiffany Ima chegou a acreditar que a vida não tinha mais sentido. A norte-americana conta que entrou em um quadro depressivo na adolescência, enquanto sofria com o bullying de garotas do colégio. Na época, ela acreditava no que diziam e se chateava. No desespero, porém, a atividade física foi o melhor remédio, mas ela demorou a perceber.
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“Comecei a correr, jogar vôlei e basquete. Mas acabei ficando obcecada. Eu enxergava a atividade física como uma punição, uma maneira de controlar o meu peso e me aproximar de um objetivo estético”, conta ela, que lesionou o joelho em um dos jogos de basquete e começou a fazer fisioterapia para recuperar os movimentos.
Mesmo com dor, as idas ao consultório, segundo ela, foram positivas e abriram os seus olhos para outra realidade. “A fisioterapeuta me mostrou como usar o exercício para ficar mais forte, e percebi que esse progresso também me fazia sentir melhor mentalmente”, afirma a moça em artigo publicado pela “Women’s Health”.
Dali em diante, Tiffany diz que fez uma escolha importante, que mudou o seu futuro. Sem querer tomar remédios para combater a depressão e a bipolaridade, diagnosticadas por um especialista, ela decidiu investir na atividade física para se ver livre das doenças que a deixavam sem vontade alguma de viver.
“Percebi que a medicação não era a escolha certa para mim porque eu me sentia muito vazia quando tomava os comprimidos. Decidi, então, tentar usar os exercícios físicos e o autocuidado para administrar o meu humor, e o médico concordou comigo”, revela.
No início, a moça sabia que teria de lidar com altos e baixos e precisaria de muita força de vontade para superar a fase negativa. Toda vez que percebia que estava desanimada, ela conta que usava as palavras das meninas que praticavam bullying com ela como motivação para continuar se exercitando e, aos poucos, foi percebendo o resultado.
O primeiro passo
Agora, como personal trainer e influenciadora digital, Tiffany explica para suas seguidoras que o primeiro passo para sair do “buraco” da depressão é criar consciência de que a ajuda de outras pessoas é necessária. “Parece simples, mas foi essa mudança de mentalidade e compromisso de começar a cuidar da minha saúde mental que mudou tudo”, conta.
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Depois, com a certeza de que precisaria, literalmente, se mexer para melhorar, Ima resolveu devorar livros e sites que falam sobre a importância da atividade física e começou a fazer treinos mais pesados. “Eu li tudo, de livros didáticos a blogs de musas fitness, e desenvolvi uma rotina de treinamento para hipertrofia, força, resistência, equilíbrio e cardio”, revela.
Com um mês colocando tudo o que aprendeu com as leituras em prática, a blogueira já sentiu diferença em suas medidas e, principalmente, no humor e autoestima. Como tudo tem seu lado negativo, porém, depois de um tempo se dedicando à academia como nunca imaginou que um dia faria, ela precisou se preocupar com outro problema: a compulsão por exercícios.
Superação
A melhora no quadro de saúde e a perda de peso fizeram Tiffany não querer sair mais do lugar que a fez enxergar que é bonita e saudável. Na época, ela se matriculou em aulas de dança e começou a levantar peso. E, para encontrar um equilíbrio e não passar o dia inteiro na academia, ela teve de se reinventar.
“Isso me fez perceber que eu era capaz de muito mais do que pensava, mas tive de aprender a diferença entre me sentir bem e ser uma viciada em exercícios físicos. Depois disso é que surgiu o meu autocuidado”, conta ela, que resolveu escrever um diário e comeceçou a fazer listas mentais para controlar seus horários.
“Era o que eu realmente precisava em minha vida. O fato de conseguir levantar peso aumentou minha confiança. A cada vez que eu levantava um quilo a mais, parecia uma vitória”, afirma. Hoje, Ima faz treinos focados nos membros inferiores e não espera mais semanas para mudar os movimentos, já que é sua própria personal trainer.
“Faço treinos diferentes todos os dias. Além disso, danço duas vezes por semana. Quando eu era mais jovem, dançava na igreja. Isso me dá sensação de liberdade, é um sentimento maravilhoso e eu recomendo muito para pessoas que querem perder peso”, defende.
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Sem seguir dietas rígidas, Tiffany não abre mão de um hambúrguer com batata frita e aconselha mulheres que também estão passando pela depressão a procurarem uma atividade física que as agrade. Antes disso, no entanto, a blogueira afirma que ouvir um médico também é importante: "Posse ser que algumas pessoas realmente precisem da medicação", avisa.