Projeto no RS dará cirurgias reparadoras grátis a vítimas de violência
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Projeto no RS dará cirurgias reparadoras grátis a vítimas de violência

O Ministério Público do Rio Grande do Sul e o Hospital Moinhos de Vento iniciaramum programa que oferece cirurgias plásticas reparadoras gratuitas para vítimas de crimes violentos. Casos encaminhados pelo órgão são atendidos com objetivo de garantir recuperação física e dignidade.

*O texto aborda temas sensíveis, como violência doméstica e violência contra a mulher, podendo desencadear reações diversas em algumas pessoas

Entrevista ao iG Delas, o hospital explicou como organizará a atuação voluntária das equipes, a avaliação individual de cada caso e os limites técnicos que podem influenciar os procedimentos.

O Moinhos de Vento informou que cada demanda passará por análise específica antes da definição do corpo clínico envolvido.

A avaliação dos casos será feita de forma individualizada, conforme surjam as demandas do programa. Para cada situação, realizaremos uma análise específica e serão convidados os profissionais cuja expertise esteja diretamente alinhada às necessidades da paciente”, afirmou a instituição.

O hospital também detalhou questões técnicas. “Cada caso é um caso. Primeiro precisamos receber a demanda para avaliar as questões técnicas e assim dar andamento”, explicou ao iG Delas.

Sobre apoio psicológico, o hospital informou que esse acompanhamento não ficará sob sua responsabilidade. “Ficará a cargo do MPRS”, afirmou.

Como funciona o REPARADOR

A operação começa com o encaminhamento das vítimas pelo Núcleo de Promoção dos Direitos das Vítimas (NUVIT), do Ministério Público. Após triagem e entrega de documentos, os pacientes seguem para avaliação médica no Hospital Moinhos de Vento, que realizará exames, planejamento cirúrgico e acompanhamento integral.

A iniciativa nasceu de um grupo de trabalho entre o MPRS e o Instituto Moinhos Social. O estudo identificou que muitas vítimas, principalmente mulheres em situação de violência doméstica, permaneciam com marcas visíveis mesmo após receber suporte jurídico e assistencial, o que dificultava o processo de reconstrução pessoal.

O procurador-geral de Justiça Alexandre Saltz destacou o impacto da ação. “São poucas as vozes que defendem as vítimas de violência e temos a certeza que estamos dando um passo muito importante e queremos que esse trabalho seja exemplo para outros hospitais do estado e do Brasil”, disse.

A superintendente Melina Schuch  falou do foco social. “Médicos voluntários do corpo clínico irão atuar diretamente nas cirurgias, colocando conhecimento, dedicação e estrutura a serviço de quem mais precisa. É uma iniciativa que reafirma nosso compromisso com a inovação social e com a construção de um futuro mais justo e humano”, declarou.

O público-alvo abrange vítimas de crimes violentos, incluindo crianças. Entretanto, a maior parte dos atendimentos deve se concentrar em mulheres, por causa da alta incidência de violência doméstica no estado.

Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que uma mulher é agredida a cada 22 minutos no Rio Grande do Sul. A OMS também indica que 32,4% das brasileiras já sofreram violência ao longo da vida.

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