
Em abril de 2010, Cathy Terkanian, uma enfermeira aposentada da Flórida, recebeu uma carta que mudaria sua vida para sempre. Era do Departamento de Serviços Sociais da Virgínia (EUA) e trazia notícias sobre a filha que ela havia dado para adoção 36 anos antes. O que se seguiu foi uma jornada de quase uma década em busca da verdade sobre o destino de Alexis, a bebê que Cathy nunca esqueceu. As informações são da BBC.
Uma vida marcada por perdas
Cathy tinha apenas 15 anos quando deu à luz Alexis em 1974. Criada em um lar desestruturado, ela fugiu de casa aos 14 anos e acabou vivendo em um circo itinerante, onde conheceu o pai da criança. Sem condições de criar a filha sozinha, Cathy acabou cedendo à pressão familiar e entregou Alexis para adoção.
Anos depois, já estabilizada, Cathy nunca deixou de pensar na filha. Ela deixou seus dados para que, se um dia Alexis a procurasse, pudessem se reencontrar. Mas a carta que recebeu em 2010 trazia uma notícia devastadora: um corpo não identificado, encontrado em Wisconsin, poderia ser de sua filha.
A busca incansável pela verdade
Determinada a descobrir o que aconteceu, Cathy mergulhou em uma investigação por conta própria. Ela descobriu que Alexis havia sido adotada por Dennis e Brenda Bowman e que desapareceu aos 14 anos, em 1989, após ser registrada como fugitiva pela família adotiva.
Ao investigar o passado de Dennis Bowman, Cathy encontrou um histórico perturbador: ele havia sido condenado por crimes violentos, incluindo uma tentativa de sequestro e agressão sexual contra uma adolescente. Anos depois, em 2019, Bowman foi preso pelo estupro e assassinato de Kathleen Doyle, um crime cometido em 1980.
A confissão e a justiça
Com a prisão de Bowman, Cathy pressionou as autoridades para que ele revelasse o paradeiro de Alexis. Em troca de benefícios na pena, ele confessou: Alexis havia morrido em um "acidente" em 1989, e ele escondeu o corpo no quintal de sua casa. Em 2020, os restos mortais foram encontrados e confirmados por DNA como sendo de Alexis.
Bowman foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de Kathleen Doyle e recebeu mais 35 a 50 anos pelo desaparecimento de Alexis. Apesar da dor, Cathy finalmente encontrou a filha e garantiu que seu caso não fosse esquecido.
Um legado de luta
A história de Cathy e sua busca incansável por justiça foi retratada no documentário "Into the Fire", da Netflix. Sua determinação mostrou que, mesmo após décadas, a verdade pode vir à tona.