
A apresentadora e ex-estrela de reality show Teddi Mellencamp, de 43 anos, utilizou as redes sociais para compartilhar um relato sincero sobre sua batalha contra o câncer. Na publicação, divulgada na noite desta segunda-feira (28), ela exibiu as cicatrizes deixadas pelas cirurgias para a retirada de tumores no cérebro, além de hematomas pelo corpo.
Ex-participante de The Real Housewives of Beverly Hills, Teddi revelou que há 76 dias descobriu a presença de múltiplos tumores em estágio 4, "do tamanho de ameixas", no cérebro e nos pulmões. O melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele, havia se espalhado sem que ela soubesse.
"Desde então, passei por várias cirurgias, enfrentei dias difíceis, mas também ri muito, montei em cavalos, amei meus filhos e encontrei momentos de paz", escreveu. Ao olhar para as marcas das cirurgias, ela confessou ter chorado, mas também encontrou conforto no apoio da família, dos amigos e de seus seguidores.
Teddi ainda enviou uma mensagem de força a outras pessoas que enfrentam a doença: "Se algo não estiver certo, procure um médico. Defenda sua saúde. Nós conseguimos". Recentemente, ela comemorou a redução dos tumores após o tratamento.
Em setembro do ano passado, Teddi já havia relatado a remoção de seu 16º melanoma. Ela detalhou o procedimento, feito com anestesia local devido à sua resistência à sedação, e mencionou a extensa cicatriz nas costas, resultado de uma complexa reconstrução cutânea.
Por que o câncer de pele é tão perigoso?
“O câncer de pele ocorre devido a replicação desordenada das células da pele, levando a formação de um tumor maligno”, detalha o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Pós-Doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e pesquisador honorário da Universidade de Oxford (Inglaterra).
De acordo com Ramon, como a maioria das neoplasias, o câncer de pele é uma doença silenciosa. “Porém, pode se manifestar através do desenvolvimento de alterações da pele, como sinais e pintas desproporcionais”, explica o médico.
Segundo Ramon, existem vários fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, incluindo histórico familiar, alterações genéticas, fototipo de pele e, principalmente, exposição solar demasiada com ausência do uso de protetor solar.
“A exposição solar desprotegida é realmente preponderante para o desenvolvimento do câncer de pele. Isso é especialmente preocupante no Brasil, onde a incidência de radiação solar é muito elevada”, diz o oncologista. Por esse motivo, os cuidados com a fotoproteção são as principais medidas preventivas contra o câncer de pele.
Como se prevenir?
“Para evitar danos, é necessário aplicar diariamente um protetor solar com, no mínimo, FPS 30. Além disso, o produto deve ser reaplicado de duas em duas horas em ambientes abertos e de quatro em quatro horas em ambientes fechados. É importante também evitar a exposição solar entre 10h e 16h da tarde, período em que a radiação solar é mais forte. Nesse horário, prefira a sombra”, aconselha Claudia Marçal, médica dermatologista.
“De frente ao espelho em um lugar com boa iluminação, comece examinando o rosto, principalmente nariz, lábios, boca e orelhas, além do couro cabeludo, o que pode ser feito com ajuda de um pente para separar os fios. Em seguida, foque no pescoço, peito e tórax e não se esqueça da nuca e abaixo dos seios. Nos braços, verifique axilas, antebraços, cotovelos e mãos, inclusive entre os dedos. Com a ajuda do espelho ou de outra pessoa, atente-se às costas, nádegas e pernas. Sente-se para olhar também o interno das coxas, área genital, tornozelos e pés, incluindo a sola e o espaço entre os dedos”, detalha Claudia Marçal.
Durante o autoexame, seu objetivo é verificar a existência de lesões preocupantes, usando a regra ABCD (assimetria, borda, cor e diâmetro). “Dividimos a lesão em quatro partes iguais e comparamos os quadrantes. Caso a pinta seja assimétrica, tenha bordas irregulares, várias cores ou diâmetro maior que 6 mm, é motivo de atenção", comenta Claudia. Qualquer lesão que coce, doa, sangre ou que aumente de tamanho com rapidez também é preocupante. Ao notar qualquer um desses sinais, é importante buscar um médico. “A dermatoscopia é um dos principais exames utilizados para identificar lesões suspeitas na pele. Porém, somente a biópsia dessa lesão é que vai definir o diagnóstico”, destaca Ramon Andrade de Mello.
O oncologista explica que, uma vez confirmado o diagnóstico de câncer, o tratamento será definido caso a caso. “Via de regra, o tratamento padrão para o câncer de pele é a cirurgia, mas a quimio e a imunoterapia também podem ser indicadas, além das terapias-alvo, uma abordagem inovadora que representa um grande avanço tecnológico para a oncologia. Com elas, é possível localizar os alvos celulares e manipulá-los para impedir o desenvolvimento dos tumores”, detalha o Ramon Andrade de Mello, que reforça que cada caso é um caso e é sempre importante discutir as possibilidades com o médico oncologista. “Quanto às novidades, além das terapias-alvo, recentemente, as vacinas também têm sido avaliadas em pesquisas clínicas para o tratamento do melanoma, mas ainda se encontram em fases muito iniciais”, finaliza o médico.