Quando tudo na internet ainda era mato, Julia Petit já surpreendia a audiência com tutoriais de maquiagem, tão didáticos quanto precisos. A empresária é a precursora de todas as blogueirinhas de beleza que vieram depois dela. Mas Julia nunca colocou o nome pra jogo, sempre preferiu construir marcas. Foi assim que fez o Petisco, site de moda, beleza e lifestyle que comandou por alguns anos, sempre com o objetivo de ensinar seu público, trazer informações relevantes e de vanguarda.
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Quem esperava uma Julia Petit Make, ficou no vácuo. “Nunca existiria nada com meu nome”, alerta. Julia assinou uma linha de maquiagem para a MAC e a experiência foi um divisor de águas.
“A coleção foi lançada o Brasil e no mundo, e eu tive de ter calma. Havia dois passos naturais, um seria lançar uma linha, o outro foi pensar o que preciso fazer de fato no mercado de maquiagem. Pensar devagar sobre maquiagem. Estava um pico de movimento de mercado, e as tendências indicavam que haveria uma queda”, analisa.
As pessoas tinham aprendido a fazer maquiagem, mas tinham dúvidas de como cuidar da pele para que aquela maquiagem performar melhor. “Se aquela pele não está limpa, se não tem skincare, a maquiagem fica diferente. Era natural que as pessoas quisessem cuidar. Como fazer de educar as pessoas? Percebemos que o elas precisavam era de uma linha para pele.”
Assim nasceu a Sallve, que se solidificou como marca dermotocosméticos. E por que não uma Sallve make? “O tratamento com um pouquinho de cor é diferente. Não é make: pode ter proteção solar, ácido hialurônico, mas é skincare, não é a explosão que é se espera de uma linha de maquiagem”, explica.
Foi quando surgiu a oportunidade de adquirir em leilão a Contém 1g. “Foi quase uma revelação. Adoro, conheço, já tinha o plano da marca pronto na cabeça”, revela. A Contém surgiu nos anos 2000, em meio a um mercado de maquiagem acomodado. E chegou causando furor.
O cenário hoje é outro. Há muitas influenciadoras que têm suas marcas e gigantes no negócio. Julia acredita que o objetivo de recuperar a Contém 1g em vez de fazer uma marca nova é um desafio mais animador.
“Nós vamos revistar a marca, que era tradicional, e também olhar para o futuro. Primeiro a gente quer estar com comunidade que já ama, e levar para comunidades mais jovens, que fazem maquiagens muito expressivas. Uma mesma paleta sombra faz algo clássico e faz algo moderno, é a mão da pessoas. O skincare é quem sou agora, a maquiagem é fantasia, é quem eu quero ser.”
Entre os trunfos estão as sombras baket, que não existiam no Brasil. A ideia é sempre preencher lacunas com produtos inéditos. “Teremos o que tá faltando e também o que as pessoas amavam”, avisa.
A experiência com a Sallve ajudou a reposicionar a Contém 1g na modernidade, com a atendimento, entrega, presença nas redes sociais. Julia e seus sócios compraram a marca e pretende ter os melhores fornecedores, de qualquer lugar do mundo, para fazer suas maquiagens, com especialidades específicas.
Como a marca voltou ao mercado vegana, o garimpo de fornecedores é ainda mais criterioso, Mas Julia acredita que é uma forma de movimentar todo o mercado, plantar uma sementinha, e fazer os terceirizados se desenvolverem em parceria. “Mexe no mercado como um todo. Não testar em animal é o básico, o próximo passo é não usar matéria-prima”, defende.
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A comercialização, por enquanto, é online, mas já há uma pop up aberta no prédio da Sallve. “Maquiagem precisa do contato físico”, acredita. A Contém 1g está se estruturando, mas quer ir pra rua ainda este ano. Sua clientela, nova e antiga, não vê a hora!