Testes experimentais de uma vacina que pode ser capaz de tratar o câncer de mama foram considerados positivos e demonstraram uma forte resposta imunológica da fórmula à proteína-chave do tumor. O estudo está sendo realizado por pesquisadores da Universidade de Washington, EUA, e os resultados foram publicados na revista JAMA Oncology.
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O alvo da vacina é uma proteína chamada receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2, na sigla em inglês). Ela é importante para o crescimento e desenvolvimento das células epiteliais, incluindo as do tecido mamário, mas também pode estar ligada ao câncer de mama HER2+.
Embora o imunizante possa eventualmente tratar vários tipos de câncer de mama, o teste visa sobretudo os tumores HER2+, nos quais a proteína aparece em níveis mais elevados do que o normal na membrana das células cancerígenas.
A proteína HER2 é encontrada na superfície de diversas células, mas em cerca de um terço dos cânceres de mama, ela é super produzida em até cem vezes a quantidade observada em células normais.
Porém a superprodução de HER2 também desencadeia uma reação imunológica. Pacientes com câncer de mama HER2+ que criam um tipo de resposta imune chamada de imunidade citotóxica (ou de morte celular) são menos propensas a terem o câncer novamente após o tratamento.
Os testos foram feitos com 66 mulheres com câncer metastático, que completaram uma terapia padrão e alcançaram remissão completa ou que tinham um tumor remanescente no osso, que tendia a crescer lentamente.
Elas foram divididas em três grupos, nos quais cada mulher recebeu três injeções. Um grupo tomou uma baixa dose com três aplicações de 10 mcg; o segundo recebeu uma dose intermediária (100 mcg) e o terceiro, uma alta dose (500 mcg). As participantes também receberam o fator estimulante de colônia de granulócitos-macrófagos (GM-CSF), que promove imunidade citotóxica.
Segundo os pesquisadores, a vacina experimental se demonstrou segura e não desencadeou efeitos colaterais graves. "Na verdade, os efeitos colaterais mais comuns que vimos em cerca de metade dos pacientes foram muito semelhantes ao que você vê com as vacinas COVID: vermelhidão e inchaço no local da injeção e talvez febre, calafrios e sintomas semelhantes aos da gripe", disse Nora Disis, professora de medicina da Divisão de Oncologia Médica da UW.
"Os resultados devem ser considerados preliminares, mas são promissores o suficiente para que a vacina seja agora avaliada em um ensaio clínico randomizado maior", afirma ainda.
"Se os resultados do novo ensaio clínico randomizado controlado de fase II da vacina forem positivos, será um forte sinal para avançarmos rapidamente para um ensaio de fase III definitivo, Tenho grandes esperanças de que estejamos perto de ter uma vacina que possa efetivamente tratar pacientes com câncer de mama", completou a professora.