Primeira mulher preta brasileira a ganha o prêmio de agência nuclear

Ana Gabryele Moreira estudante da USP recebera entre 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior a partir de 2022

Ana Gabryele Moreira, estudante da USP é a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica
Foto: Foto:Cassimano
Ana Gabryele Moreira, estudante da USP é a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica


A ganhadora do Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica se chama Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, estudante da Universidade de São Paulo , no curso de Física Médica, é a primeira mulher negra do país a ganhar a bolsa.

Naturalizada de Salvador, do bairro periférico Cajazeiras, a jovem mestranda recebeu o prêmio no valor 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior a partir de 2022, por sua análise sobre a participação das mulheres na área nuclear do IPEN.

Em entrevista ao portal G1, Ana Gabryele Moreira, revela que a ideia da pesquisa surgiu devido ao próprio incentivo que recebeu de diversas mulheres durante a sua trajetória escolar. Isso a fez questionar em como a sua área de atuação é predominantemente de homens brancos. 

"Desenvolvi uma pesquisa junto ao instituto e a WiN Brasil para entender o perfil sociocultural dessas mulheres. Foi perguntado cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto pra elas, se tem cargo de chefia", conta Gabryele. 

A estudante também critica a forma como o atual governo vem cortando orçamentos de auxílio a estudantes periféricos, que como ela depende da ajuda do governo para continuar estudando. 

"Eu sou apenas uma dos milhares de jovens com origens e trajetórias semelhantes: periféricas e pretas, que precisam desta oportunidade e condições para poder sonhar com o que estou vivendo agora. Esses auxílios sofrem cortes orçamentários, devido a ações do governo federal no atual momento", critica.