Considerada uma das maiores cantoras do pop na história atual, Beyoncé completa 40 anos neste sábado (4). Com uma coleção de 28 Grammys e cerca de 120 milhões de discos vendidos em todo o mundo, a diva frequenta listas que vão de pessoas mais influentes da cultura pop até das cantoras mais ricas do mundo.
Beyoncé - que é chamada pelos fãs de Queen B (Abelha Rainha) é tida como referência para muitas mulheres, especialmente para a comunidade negra, que tem sido homenageada pela cantora em seus últimos trabalhos. Veja logo abaixo em que ela não foi um ícone apenas musical, mas de representatividade feminina e negra, abordando temas como independência financeira, pressão estética, amizade entre mulheres e promovendo o amor das pessoas pretas pelas suas peles, cabelos e traços.
1. Ela exaltou a importância da independência financeira
Tudo começou no grupo Destinys Child, formado em 1997 em Houston, Texas. As integrantes começaram sua carreira musical em 1990, em um grupo de hip hop adolescente chamado Girl's Tyme (que aparece no início do videoclip Flawless). Entre os muitos hits do grupo de Say My Name, Bills Bills Bills e Survivor, destaca-se a canção Independent Woman, composta por Beyoncé quando ela tinha apenas 19 anos. A letra fala sobre a importância das mulheres trabalharem e depender apenas de seu dinheiro e acabou sendo escolhida para a trilha sonora do filme As Panteras (2000).
2. Ela foi a primeira mulher a colocar a palavra feminista ao vivo MTV
Em 2014, durante o prêmio da MTV, a diva estava se apresentando no final da cerimônia anual de premiação, quando de repente as palavras da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie aparecem no palco. O discurso enunciado é do programa TEDx Talk: “Todos Nós Devemos Ser Feministas”— que Beyoncé trouxe em sua música de 2013, “Flawless”. No telão de fundo a palavra “Feminist” (feminista) ganhava destaque.
O posicionamento da cantora foi muito importante para que a palavra feminista perdesse um pouco do estigma que carregava - de se tratar de um movimento datado e que só atrairia mulheres descontentes com a própria vida. Ver Beyoncé belíssima, bem sucedida e feliz em sua vida pessoal se declarar feminista ao vivo em um evento transmitido mundialmente foi decisivo para que muitas jovens mulheres se interessassem pelo tema e passassem a se declarar feministas com orgulho.
3. Ela deu destaque a elementos estéticos africanos e artistas negros
Você viu?
Na abertura do filme musical Black is King, Beyoncé traz uma narração, dizendo “Negro é sinônimo de glória”, contrariando a imagem negativa e pejorativa de pessoas negras que foi transmitida por décadas. Porém, em seus trabalhos anteriores como o álbum visual Lemonade, já vemos a participação de pessoas de destaque da comunidade negra dos Estados Unidos (como a tenista Serena Williams e o rapper Kendrick Lamar).
Além disso, Beyoncé sempre tem dado uma força na divulgação do trabalho de intelectuais e artistas negres de outros países, como a poeta inglesa Warsan Shire e o fotógrafo etíope Awol Erizku, autor do icônico ensaio fotográfico de sua gestação de gêmeos. Beyoncé também já incorporou em seus figurinos e aparições públicas homenagens a rainha egípcia Nefertiti e a entidade africana Osun (Oxum).
4. Ela valoriza o trabalho de outras mulheres
Uma coisa que chama atenção nos vídeos e apresentações ao vivo de Beyoncé é que sua equipe musical é inteiramente formada por mulheres, como podemos ver no especial Homecoming e no video da música Countdown. Além disso, as bailarinas que participam dos seus espetáculos são todas negras, dos mais variados tons de pele, mostrando que black não é só beautiful, mas vem em várias tonalidades.
5. Ela homenageia o Egito antigo
Quem acompanha a cantora sabe que ela costuma se inspirar esteticamente em figuras femininas da cultura africana e afrodescendente em seus looks. Uma de suas grandes inspirações na história é a rainha Nefertiti, do Egito Antigo. A diva também lançou uma nova coleção de roupas para os fãs vendida em sua loja virtual. Batizada de Nefertiti, as blusas, camisas e moletons contam com estampas da popstar dando vida a famosa rainha do Egito antigo, responsável pela revolução religiosa com o marido, o faraó Amenófis IV. Nas fotos da campanha, Beyoncé encarna a rainha com cliques inspirados na imagem de seu busto, que está no Museu Neues, em Berlim.
6. Ela foi a primeira mulher negra a protagonizar o Festival Coachella
Isso mesmo. Beyoncé foi a primeira mulher negra a protagonizar o festival Coachella, em 2018. Na ocasião, a apresentação reuniu as Destiny's Child e Jay-Z, com direito ao tributo à diva Nina Simone. Como uma tradicional mulher negra empoderada, Beyoncé nunca teve medo de dar suas opiniões políticas em apresentações e no Coachella não foi diferente. A cantora incluiu um trecho do trecho de um discurso de Malcolm X, um dos líderes nas décadas de 1960 e 1970 que reivindicava direitos civis para a população negra, durante a música Don't Hurt Yourself.
7. Ela denunciou os problemas da comunidade afro-americana
Em dezembro de 2016, Beyoncé lançou um videoclipe da música “Formation”, faixa do álbum “LEMONADE”. Este álbum marca sua fase mais radical na questão racial.
Lemonade simboliza uma receita para passar na pele para deixar mais clara. O clipe "Formation" foi gravado em Nova Orleans, nos Estados Unidos, cidade que carrega uma importante tradição negra, desde a época da escravidão.
Além disso, na letra da música, a cantora chega a falar “gosto do cabelo do meu bebê, com baby hair afro”. É uma referência aos ataques racistas pelo cabelo black da filha Blue Ivy, em 2014.
Nele existem frases de Malcolm X, alusões à cultura iorubá da África Oriental (de cujo grupo étnico descendem muitos afro-americanos) e à magia negra. A parte audiovisual é uma reivindicação das mulheres negras e aparece um grande número de mulheres afro-americanas do show business, como as atrizes Amandla Stenberg, Quevzanhne Wallis, Zendaya e a modelo Winnie Harlow, a primeira mulher negra com vitiligo a fazer campanhas de moda.
8. Pretty Hurts
Pretty Hurts ( A beleza dói) é o nome da música de sua autoria que critica a indústria da beleza e os padrões estéticos. No clipe da música, Beyoncé é uma candidata ao concurso para ser titulada miss. O vídeo mostra como é o processo para a concorrente é extremo, a levando a tomar remédios, ter distúrbios alimentares e viver uma vida claramente angustiante, em busca do ideal para ser eleita.
Por ser uma realidade de muitas mulheres que não cumprem um padrão de beleza da indústria e que sofrem cotidianamente com isso, esta música virou um verdadeiro hino de representatividade feminina.
9. If were a boy
A música If were a boy (Se eu fosse um homem) não pode ser esquecida quando o assunto é representatividade feminina. Esta música de Beyoncé aborda como a sociedade enxerga o comportamento masculino e os consideram aceitáveis, mesmo quando estes estão fora dos padrões de ética e moral. No caso, quando é ao contrário, quando é uma mulher, a sociedade trata de forma dura e julgadora.
O clipe foi considerado um hino feminista ao abordar desigualdades de gênero. Nele, Queen B aparece vestida de homem e de policial.