Um novo estudo sugere que o aumento do número de cesárea está mudando tanto os bebês como a forma que as mulheres dão à luz. A pesquisa foi publicada na revista americana Pnas, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, descobriu que o aumento da cesariana a partir dos anos 1950 e 1960, aparentemente, levou os bebês a terem cabeças maiores.
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Por outro lado, o canal pélvico da mulher não está se adaptando ao aumento do tamanho da cabeça. O estudo aponta que a desproporção entre o tamanho do bebê e do canal pélvico feminino aumento entre 10% a 20% nos últimos anos, e isso pode ter relação com a necessidade de escolher a cesárea como método para o parto.
De acordo com Philipp Mitteroecker, biólogo da Universidade de Vieana e principal responsável pelo estudo, o uso regular de cesarianas se acentuou nas décadas de 1950 e 1960 em países industrializado e se disseminou pelo mundo. Consequentemente, os bebês passaram a nascer com cabeças maiores.
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"Não é fácil prever o que isso vai significar para o futuro dos seres humanos. A desproporção pode aumentar ainda, mas eu não acho que um dia todos os bebês precisarão nascer por cesariana", disse Mitteroecker ao jornal britânico "The Independent".
Seleção natural
A cesariana contribuiu para o aumento na taxa de desproporção entre o tamanho do feto e o canal pélvico. Isso porque, ao reduzir a mortalidade materna e do bebê, o procedimento tem funcionado como fator de seleção natural das dimensões incompatíveis entre mãe e bebê.
No artigo, Mitteroecker e sua equipe explicam que o trabalho de parto ideal ocorre quando há um bom encaixe entre o tamanho do bebê e a abertura pélvica da mulher. Assim, desde que a abertura pélvica suporte o tamanho do bebê, quanto maior ela for, mais eficaz é o parto.
No entanto, há um limite em que o parto natural torna-se impossível e aí entra a cesárea. Com a cirurgia, crianças maiores passaram a sobreviver, mesmo quando a mãe não tem a abertura ideal.
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