Anunciada pelo Bahia na noite de quarta-feira (14), Gadu gerou polêmica entre os torcedores do clube. Grupos criaram um movimento nas redes sociais, com a hashtag #GADUNÃO, para criticar a contratação de Gadu.
Os protestos têm a motivação pela acusação de agressão feita pela ex-namorada da jogadora. Além de nota de repúdio, os grupos questionaram a direção do Bahia em relação à contratação, já que o clube se posicionou contrário à violência contra a mulher em ações de publicidade, que ganharam destaque no futebol nacional.
Para o Globo Esporte, a ex-namorada da jogadora falou sobre a denúncia de agressão. "Sim, ela me agrediu. Mas isso já foi resolvido. Não prestei queixa no dia porque pensei no time (que é meu time de coração) e no filho dela. Eu perdoei e ela não faz mais parte da minha vida. E acredito que não tenha feito isso com mais ninguém depois. Não tenho contato nenhum com ela hoje, deve ser bom pra ela voltar pro Bahia e poder ficar perto do filho. Eu só quero ficar em paz e que ela possa viver a carreira dela sem me envolver de novo", disse.
Gadu não se pronunciou sobre os protestos e sobre o retorno ao Bahia. Em uma live no canal 'Dois a Um', no Youtube, Vitor Ferraz, vice-presidente do clube, comentou o retorno da jogadora aos campos, relembrando o caso de Gerson, ex-Flamengo e Índio Ramires. No fim de 2020, o jogador do Flamengo acusou o meia do Bahia de injúria racial, mas o caso foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
"Quando Gadu saiu do Bahia, eu lembro que teve alguma coisa a esse respeito [agressão]. Eu acho que a gente tem que ter muito cuidado com esse tipo de questão. São questões muito sensíveis, que merecem uma atenção grande. Eu acho que o caso de Ramirez nos ensinou muitas coisas em relação a julgamentos precipitados. Eu não vou entrar no mérito dessa questão, porque eu não posso dizer que aconteceu ou não aconteceu", comentou.
"Seria leviano da minha parte eu falar que sim ou que não. Rede social é um ambiente que tem as suas peculiaridades e que a gente tem que ter um olhar muito atento, muito cuidadoso, para que a gente não faça condenações sumárias e para que nós não deixemos de observar questões importantes", disse.
"O que chegou pra mim, à época, foram questões repercutidas em rede social e, por tudo que nós apuramos, não passou disso. Não houve nenhum tipo de adoção de medidas, além daquilo que ficou em rede social. Então, é uma coisa que a gente tem que ter muito cuidado. O que de fato aconteceu? Como aconteceu? Repito, com todo cuidado que esse tema merece", afirmou.
"É um tema muito sensível. Não to dizendo, não to aqui entrando no mérito, não tem mais informações que me permitam afirmar o que aconteceu, se aconteceu, quando e como aconteceu, ou se não aconteceu", disse.
"O cuidado que eu acho que a gente tem que ter é com julgamento sumários, precipitados, para que a gente não cometa nenhum tipo de injustiça. Isso é algo que é importante. Agora, se algo aconteceu, de fato, precisa ser verificado, apurado, e as medidas necessárias precisam ser adotadas", completou.
Gadu retorna ao Bahia com contrato vigente até junho de 2022. A atleta teve uma passagem conturbada no time baiano em 2020, mas foi artilheira do Campeonato Brasileiro Feminino A2 em 2019 e foi responsável pelo acesso do time à primeira divisão do brasileiro.
No início de 2021, Gadu se despediu do Bahia, pegando de "surpresa" a direção do clube. Mas a jogadora se manifestou e disse que a falta de alimentação para as jogadoras e atraso no salário foram um dos motivos de ter optado pela saída do clube. À época, o Bahia negou as acusações.