Alerta: deixar calcinha secando no banheiro favorece infecções
Existem coisas que só as mulheres fazem – e acham que são inofensivas. Calcinha pendurada no box do banheiro é uma delas. Dormir de maquiagem, outra. E que mal teria em sentar em cima de uma das pernas, não é mesmo? Não é bem assim. Essas manias tipicamente femininas podem trazer de desconforto momentâneo a problemas mais sérios de saúde.
Veja a seguir algumas dessas atitudes que podem ser prejudiciais ao bem-estar, comentadas por especialistas.
Lavar a calcinha e deixá-la pendurada no box
O banheiro costuma ser uma área da casa muito quente e úmida, o que favorece a proliferação de fungos.
“A umidade associada ao calor são vilões da saúde íntima feminina”, alerta a ginecologista Tathiana Parmigiano, do Hospital do Coração (HCor), de São Paulo.
“Se a roupa íntima for seca neste ambiente, pode ficar repleta de fungos e provocar infecções vulvares e vaginais ”, completa a ginecologista Denise Gomes, diretora médica da Plena Clínica, de São Paulo.
As especialistas dizem que não há problemas em lavar a peça íntima durante o banho – de preferência com sabonete neutro de glicerina. Mas ela deve ser colocada para secar em local arejado logo após. “E antes de usar a roupa é recomendado passá-la”, diz Denise.
Dormir de absorvente interno
O problema está relacionado ao tempo de uso do absorvente, que não deve ser superior a oito horas. “Por isso as ‘dorminhocas’ devem ficar atentas”, alerta a ginecologista Denise Gomes. Ela lembra ainda que nos primeiros dias do ciclo o fluxo é mais intenso e o absorvente interno pode não dar conta, provocando extravasamento do sangue na calcinha, o que também favorece a proliferação de fungos e o surgimento de infecções ginecológicas.
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Usar protetor de calcinha diariamente
O que parece uma medida de higiene pode levar a problemas. “Não se deve usar protetores diários nem pela manhã e muito menos à noite. O uso contínuo aumenta o calor e a umidade da região – e esses são dois fatores importantes para o aparecimento de corrimento vaginal
”, explica a ginecologista Tathiana Parmigiano.
Segundo a especialista, os absorventes diários ou "protetores de calcinha" facilitam a alteração do pH vaginal e o desenvolvimento de vaginites (como a candidíase ) ou infecções bacterianas.
“Além disso, sensibilizam a pele da região vulvar (região genital externa), que frequentemente fica vermelha e irritada”, diz.
Ela aconselha deixar que a região genital “respire”, principalmente à noite. “Fique atenta ao material de sua lingerie e, se possível, durma sem calcinha”.
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Dormir de maquiagem
Isso deixa a pele suja e cheia de impurezas. “A consequência será o aparecimento de cravos e espinhas”, explica a dermatologista Fabiana Corio, da Della Clínica, de São Paulo. O ideal é primeiro usar um bom demaquilante, indicado a seu tipo de pele, e depois lavar o rosto com sabonete neutro. Para finalizar, aplique um tônico e um hidratante.
Espremer espinha em dia de festa
Não se deve espremer espinhas nem em dia de festa, nem em dia nenhum. “O que está ruim pode ficar ainda pior”, alerta a dermatologista. A pele contém bactérias espalhadas por todo corpo, inclusive nos dedos usados para espremer o cravo ou a espinha. “Feito de maneira errada pode deixar manchas, cicatrizes e levar a infecções”.
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Usar bolsa pesada sempre no mesmo ombro
Além da dor provocada pelo excesso de peso, essa repetição, que muitas vezes começa pelo fato do ombro sobrecarregado já ser um pouco mais alto que o outro, pode piorar a elevação.
“Isso acaba levando a um desvio lateral inadequado da coluna, uma inclinação do tronco, chamada de escoliose”, explica o fisioterapeuta Carlos Wiering, especialista em RPG e ergonomia, de São Paulo. A solução é diminuir ao máximo o peso da bolsa e alternar os ombros. Leia também: Cuidado: as bolsas transportam milhares de microorganismos
Sentar em cima da perna (em forma de 4)
Trata-se de uma posição inadequada porque exige esforço extra da coluna e de outras partes do corpo.
“Ao sentar assim, ocorre um desequilíbrio de apoio e muitos músculos e articulações são sobrecarregados. Se essa condição de desequilíbrio fosse passageira (10 minutos) não haveria problema. Mas as mulheres com essa mania, quase um vício, chegam a ficar na mesma posição até não sentirem mais a perna que está por baixo”, diz Wiering.
Segundo o especialista, além de sobrecarregar a articulação do quadril e suas estruturas musculares, o posicionamento repetitivo pode comprometer a circulação, favorecendo o aparecimento de problemas como varizes e inchaços e sobrecarga na corrente linfática.
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Usar brincos muito pesados
Adereços de peso exagerado podem incomodar as orelhas, provocando dor e até rompimento do lóbulo. “Também podem levar a um mecanismo de compensação da cabeça. E a cabeça mantida em posição errada, levará a fadiga da musculatura do pescoço, provocando dores e torcicolos”, diz o fisioterapeuta. Leia também:
Como evitar o torcicolo
Usar salto alto continuamente (ou saltos altíssimos de vez em quando)
Principalmente a mulher que já tem dor nas costas
deve ficar atenta à escolha do salto. ”Toda vez que levantamos o calcanhar do chão, a coluna vertebral se esforça e se contrai para compensar esse desequilíbrio não natural do corpo. Tal desequilíbrio pode, com o tempo, provocar dores na coluna e nos joelhos”, explica Wiering.
O especialista recomenda quem já tem dores nessas regiões evite ao máximo o uso de saltos. “E se você não tem dor nenhuma, use salto com moderação, escolhendo preferencialmente modelos como plataforma e meia-pata, que equilibram a elevação do calcanhar e a parte da frente do pé”.
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