Osteoporose
é uma doença que atinge, em sua maioria, mulheres e perigosa pelo seu silêncio
, já que a maioria das pessoas portadoras só descobre que tem a condição depois de sofrer uma fratura (especialmente no quadril, costela e colo do fêmur). 20 de outubro é celebrado o dia mundial da doença e tanto os dados atuais quanto a perspectiva de futuro são alarmantes: a doença afeta 200 milhões de mulheres mundialmente.
Por todo planeta, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos. Os dados são da Fundação Internacional da Osteoporose (IOF).
A Fundação também alerta que, no geral, 61% das fraturas osteoporóticas ocorrem em mulheres. Em 2050, a incidência mundial de fratura de quadril deve aumentar 240% em mulheres, em comparação com as taxas da década de 1990. As mulheres correm maior risco para desenvolver a osteoporose, e pelo documento Consenso: prevenção e tratamento da osteoporose na América Latina - estrutura atual e direções futuras, divulgado no fim do ano passado pela Americas Health Foundation (AHF), 33% das mulheres brasileiras com mais de 50 anos têm a patologia.
A expectativa é que em 2030 o Brasil tenha a quinta população mais idosa do mundo e um alerta que surge é como conquistar um envelhecimento saudável.
Por que afeta mais as mulheres?
O reumatologista André Marun Lyrio explica que a osteoporose é mais comum nas mulheres, pois a perda de massa óssea se acelera na época em que os hormônios sexuais (estrogênio, na mulher, e testosterona, no homem) se reduzem significativamente, e isso acontece na época da menopausa na mulher - por volta dos 45 anos - e no homem somente por volta dos 70 anos.
"Temos vários fatores de risco, alguns modificáveis e outros, não. Os fatores de risco mais clássicos para osteoporose são: idade, uso de glicocorticoides sistêmicos, sedentarismo, sexo feminino, história de quedas, tabagismo, etilismo, desnutrição (baixo Índice de Massa Corpórea – menor que 18,5 kg/m2), menopausa precoce, fraturas prévias por fragilidade, história familiar de osteoporose."
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Sintomas além da fratura
Uma característica da osteoporose é a perda acelerada de massa óssea, causando redução do desempenho físico, resultando em dificuldades para realizar atividades, que antes eram consideradas fáceis como caminhar e subir escadas ou situações normais do dia a dia, como se levantar da cama, tossir e respirar, pelo fato do osso estar menos resistente.
Pessoas jovens têm osteoporose?
"Sim, podem ter, mas em geral, há uma causa importante por trás desse problema, como, por exemplo, o uso de corticoides, doenças intestinais que atrapalhem a absorção de nutrientes, doenças endocrinológicas, dentre outros", explica o especialista.
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
Uma das formas de diagnóstico é depois da fratura por fragilidade óssea, através de uma ferramenta chamada FRAX, que é um algoritmo para calcular o risco de fratura e, mais comumente, o diagnóstico é realizado através de um exame chamado densitometria óssea. Na ausência de fatores de risco, o exame de densitometria óssea (que verifica as características dos ossos) deve ser realizada de rotina em todas as mulheres maiores de 65 anos e homens maiores de 70 anos.
"O tratamento é realizado com aporte nutricional adequado, realização de atividade física direcionada e com medicamentos que ajudam a controlar a perda óssea, melhorando assim a qualidade e a quantidade de osso no paciente. Orientações para prevenção de quedas também é fundamental. O objetivo do tratamento é evitar fraturas", explica Lyrio.
Prevenção de osteoporose
Como forma de prevenir, a ingestão de nutrientes adequados (como uma alimentos ricos em cálcio), hábitos alimentares saudáveis, exposição solar para absorção de vitamina D e prática de atividade física são a combinação ideal para minimizar a perda da força óssea relacionada à idade, manutenção de músculos e ossos e promover o bom funcionamento.