Há tempos, o celular se tornou um dos objetos mais desejados (se não o mais) entre crianças e adolescentes . Em 2023, um levantamento do TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet do Brasil, apontou que 95% da população de 9 a 17 anos usava a Internet no país , tendo o celular como o dispositivo mais utilizado.
Nesse cenário, há uma forte pressão vinda dos filhos para ter esses aparelhos. Muitos pais, na tentativa de diminuir o tempo de tela, restringem ou bloqueiam o acesso aos smartphones dentro de casa, o que provoca reações adversas nos pequenos.
Reação dos filhos
De acordo com a doutora Tatiana Mota da Silva , pediatra da clínica Mantelli, as crianças priorizam sentir-se parte do grupo. Então, sendo o único sem celular, isso pode desencadear sentimentos como revolta e frustração .
Esse evento de exclusão e vergonha pode vir de brincadeiras e comentários dos colegas, ou até mesmo do medo de perder acontecimentos importantes compartilhados online.
Tatiana Cicerelli Marchini, pediatra e neonatologista, comenta: “ A falta de um celular pode limitar a participação em atividades sociais que acontecem fora do ambiente físico, como grupos de mensagens ou convites para eventos organizados via aplicativos ”.
Isso implica diretamente na autoestima da criança, que pode se considerar inferior em relação aos colegas. Além disso, os pais precisam lidar com a pressão externa de pessoas que questionam a decisão.
Segundo a psicóloga Larissa Fonseca , “a pressão surge porque, para crianças e adolescentes, pertencer ao grupo é essencial na construção da identidade, e ‘ ser diferente’ pode ser um motivo vexatório ”.
Como os pais devem agir?
A fim de reverter esse cenário, Cicerelli declara: “É preciso equilibrar a proteção da criança com a necessidade de deixá-la participar das dinâmicas sociais ”. Logo, a comunicação torna-se a ferramenta chave. “Os pais podem explicar que a decisão não é para puni-la, mas para protegê-la, ajudando-a a desenvolver habilidades importantes antes de lidar com a responsabilidade de ter um celular”, diz.
Apesar da ausência do aparelho limitar o acesso a conversas em aplicativos de mensagens ou redes sociais , ela pode ser uma oportunidade para estimular relacionamentos presenciais , fortalecendo laços que não dependem da tecnologia .
Larissa pontua: “O ideal é conversar destacando que a decisão foi tomada pensando na saúde e na segurança . Explicar que cada fase da vida tem suas prioridades e, talvez, a etapa do uso do celular ainda não tenha chegado na vida dele”.
Assim, os pais podem incentivar a participação de atividades extracurriculares , como esportes , músicas , leitura, artes, ou então, participar de brincadeiras conjuntas, como jogos de tabuleiro ou passeios familiares.
Por fim, vale destacar que os adultos devem servir como modelos e exemplos de comportamento em relação ao uso de eletrônicos.
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