O uso de dispositivos eletrônicos oferece oportunidades na educação e acessibilidade, facilitando o aprendizado e o engajamento dos estudantes. Porém, o excesso de estímulos pode trazer prejuízos como sintomas de ansiedade, depressão , baixa autoestima , perda de habilidades sociais e redução no desempenho escolar.
De acordo com Cecilia Gama , pediatra da Clínica Mantelli, a ação oferece outros impactos: “O uso excessivo do celular pode causar problemas como sedentarismo, obesidade , fadiga visual, além de interferir na qualidade do sono, devido à exposição à luz azul”.
Segundo a pediatra e neonatologista Tatiana Cicerelli Marchini (CRM-SP 129889), “do ponto de vista neurológico, o uso contínuo pode alterar circuitos cerebrais ligados à atenção e à recompensa, tornando as crianças mais propensas à impulsividade ”. Em relação aos adolescentes, ainda há riscos como as comparações sociais e necessidade de validação.
Como definir as regras?
Na hora de estabelecer limites, não permita que o seu filho fique isolado no quarto ou em outro ambiente com acesso a aparelhos eletrônicos. O ideal é estimular a criança a utilizar em locais comuns da casa e perto da família. Além disso, supervisione sempre que possível e cheque o histórico das atividades realizadas.
Cecilia complementa: “Os responsáveis devem incentivar o uso consciente da tecnologia , ajudando as crianças a equilibrar o entretenimento digital com atividades que promovam seu bem-estar físico, emocional e social”. A profissional ressalta a importância de priorizar momentos de convivência, interações sociais e alternativas de atividades interessantes.
Aqui, vale destacar a diferença entre o tempo de tela ativo e passivo . O primeiro caso refere-se a atividades fisicamente envolventes, como o uso de videogames ou para fazer a lição de casa, por exemplo. Em outra perspectiva, o tempo passivo engloba o uso das redes sociais e televisão.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de 2 anos não sejam expostas a telas, enquanto crianças entre 2 e 10 anos devem ter um tempo limitado de até duas horas por dia. Por fim, adolescentes entre 11 e 18 anos não devem ultrapassar o tempo de três horas de tela.
“A resistência é comum, especialmente quando os limites são uma novidade. Seja firme , mas compreensivo, explicando a razão dos limites e os benefícios. Reforce as consequências positivas, como mais tempo para brincar ou estar com a família. Evite ceder facilmente, pois isso pode enfraquecer a autoridade”, pontua Tatiana.
Se o objetivo é diminuir o tempo nos smartphones, o exemplo precisa começar em casa. Logo, incentive hábitos de leitura, desenho, escrita, esportes e outras atividades. Além disso, crie horários específicos e um tempo diário para o uso do celular e quais aplicativos podem ser acessados.
Benefícios
“Educar desde cedo permite que as crianças desenvolvam uma relação saudável com a tecnologia. Elas aprendem a reconhecer o impacto do uso excessivo, a importância de priorizar tarefas essenciais e a se proteger de riscos como cyberbullying e exposição a conteúdos inapropriados”, destaca Tatiana.
Cicerelli finaliza: “Incluir as crianças no processo torna os limites mais eficazes, pois elas se sentem valorizadas e entendem a razão por trás das regras. Essa abordagem colaborativa ajuda a criar um senso de responsabilidade e respeito mútuo ”.
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