Procurar o ex pode ser uma boa escolha? Especialistas respondem
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Procurar o ex pode ser uma boa escolha? Especialistas respondem

Mandar um “oi, sumido!” para o ex ainda segue firme e forte como uma das atitudes típicas da pandemia decorrentes do isolamento social. Conhecer gente nova se tornou um pouco mais complicado, então por que não se jogar numa sessão “remember” com um antigo amor? Até famosos têm aderido à onda: Jennifer Lopez e Ben Affleck reataram o romance quase 20 anos (!) após o rompimento. Recentemente, Angelina Jolie também foi flagrada bem próxima de seu primeiro ex-marido Johnny Lee Miller. E parece que Brad Pitt, seu outro ex, tem se reaproximado de Jennifer Aniston.

Longe dos holofotes, as coisas não têm sido muito diferentes. Aqui cabe a pergunta: o tempo excessivo em casa contribuiu para recorrerem aos amores do passado ou o distanciamento serve apenas como uma desculpa para ter a pessoa de volta? Embora a palavra ex tenha um certo sentido de negatividade, é bom levar em consideração que nem sempre o fato de restabelecer um vínculo com alguém que fez parte da sua vida por um período pode ser sinônimo de algo ruim.

Muito pelo contrário, aliás. Segundo a psicóloga Gabriela Luxo, reativar a comunicação com o ex não precisa levar um peso de “tapar buraco”. Porém, é importante considerar que o ser humano tem necessidade de se relacionar, pois isso faz parte do ciclo da vida. “E com uma pessoa do seu passado se torna mais confortável compartilhar o dia a dia, medos, problemas e assuntos que, muitas vezes, é difícil abrir para novas oportunidades amorosas”, explica Gabriela.

Antes de retomar esse contato é fundamental checar algumas questões para não criar expectativas desonestas. A sexóloga e terapeuta de casal Marina Simas indica que, quando houver uma reaproximação, os envolvidos façam algumas perguntas, como: “Qual o lugar que ocupo na vida do meu ex? O objetivo é preencher um buraco momentâneo? Medo medo de ficar só? O conhecido me traz uma sensação de segurança?”.

Marina recomenda que, após responder as perguntas, deve-se ter consciência de que ficar “amarrada” no ex pode gerar idealização, o que impede viver uma relação real. Sem contar que insistir no passado pode facilitar a repetição de padrões preestabelecidos. Nesses casos, os dois precisam antes de tudo avaliar se durante o período separados foi possível evoluir em função das crises e do desfecho do fim do relacionamento.

Já na visão de Gabriela Luxo, a empatia fez com que muitas pessoas voltassem a se comunicar, e não apenas a carência emocional. “Embora pareça simples, muitos não conseguem colocar o diálogo em prática e isso desgasta qualquer relação. Todo mundo quer perguntar ‘oi, tudo bem?’. E quer que o outro responda de maneira positiva, só que um relacionamento é possível desde que o casal esteja preparado, alinhado e pronto para isso”, esclarece a psicóloga.

Se reconciliar com o ex pode ser apenas comodismo?

O fato de as pessoas ficarem quase dois anos sem conhecer novas possibilidades, até mesmo pelos aplicativos e sites, complicou as relações. Ainda que conversem virtualmente, existe a necessidade de entender até que ponto o outro é real.

Os famosos dates diminuíram e, assim, é comum sentir curiosidade em saber o que o ex está fazendo e se ele pode atender às expectativas pessoais. “Durante a pandemia vi muita gente recuperando os ‘contatinhos’ de ex, pois não podiam sair de casa e não havia perspectiva de viagem, festas e baladas. Quem não tinha listinha de ex na manga, não é mesmo?”, brinca Marina.

Brincadeiras à parte, é fundamental prestar atenção nesse vaivém para que o relacionamento reatado não se torne pura zona de conforto - e bloquear de repente possíveis novos relacionamentos.

Para ajudá-la a avaliar se vale a pena tentar novamente um romance com o ex, veja 6 dicas que Alto Astral separou para você:

1) Veja se conseguem superar os pontos de atritos e dificuldade;

2) Conversem com transparência e alinhem as expectativas;

3) Sintam a disponibilidade interna de mudança de cada um e qual o grau de maturidade;

4) Façam um plano de ação conjunto;

5) Elogie, reconheça e se apegue ao sucesso dos primeiros passos para restabelecer a mudança;

6) Curta e invista de forma constante nessa relação, pois as pessoas mudam com o tempo.

Fontes: Marina Simas de Lima, psicóloga, sexóloga, terapeuta de casal e de família e cofundadora do Instituto do Casal; e Gabriela Luxo, psicóloga, mestre e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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