O Miss Universo anunciou nesta quinta-feira, (14), que não terá mais limite de idade entre as participantes. Antes, era necessário que as canditadas estivessem entre 18 a 28 para concorrer ao título.
A última vencedora do título, a americana R'Bonney Gabriel deu a notícia durante a Semana da Moda em Nova Iorque, pafa a revista Women's Wear Daily. “O que adoro no Miss Universo é que eles estão sempre em primeiro lugar, procurando maneiras de serem mais inclusivos e viverem melhor de acordo com a plataforma que criaram para nós. Há um grupo ousado de mulheres no comando aqui e, quer saber, muitas pessoas tendem a seguir o que fazemos, então é bom ser um exemplo e estou orgulhosa de podermos fazer isso", explicou.
Mas será que essa mudança é justa para o andamento do concurso? O missólogo Evandro Hazzy explica seu ponto de vista sobre a novidade.
Especialista em talentos e parte da empresa "Hazzy Top Talent", ele relata que prefere seguir uma linha mais tradicional, mas disse que é favor a abertura de modernidades no Miss Universo. "Sempre fui e sempre serei mais tradicional, costumo dizer que comecei minha carreira como missólogo no ventre da minha mãe que foi Miss. Então, na minha opinião, essa nova regra deixa as mulheres livres para escolherem seu futuro, com certeza, e isso é maravilhoso!", disse.
"Mas, não é justo uma competição entre mulheres com idades tão distantes. O Miss Universo sempre foi um concurso tradicional e no meu ponto de vista deveria continuar sendo, com algumas pitadas de modernidade, mas sem ultrapassar os limites."
Além disso, Evandro coloca em questão as fisonomias de mulheres de idades totalmente distantes, as quais considera injusta para a competição. Acredito não ser justo uma garota de 19 anos competir com uma mulher de 40, por exemplo, fisiologicamente falando, a pele não é a mesma, os hormônios, o colágeno é diferente, e principalmente o pensamento, a maturidade, o psicológico, os objetivos de vida são outros."
"Uma mulher de 40 anos, normalmente, já tem uma vida pré-definida, profissionalmente, pessoalmente, entre outros diversos aspectos. Então, eles poderiam deixar essa oportunidade para alguém que está começando a construir sua vida.", destaca.
Por mais que acredite que muitas mulheres mais velhas não irão se inscrever para participar do concurso, o missólogo acredita que o Miss Universo é um lugar que dá visibilidade para novos discursos e debates sobre diversas questões que afetam os dias atuais.
"Independente das mudanças, o que é fato é que ser Miss hoje, é muito mais do que ganhar um concurso de beleza. É representar uma ideologia, ganhar visibilidade, a Miss se torna porta-voz de muita gente necessitada de fala, leva o discurso para o debate público e tem a oportunidade de discutir questões sociais tão importantes e urgentes", conclui.