Quem tem planos de engravidar e deseja uma gestação saudável deve se atentar para a qualidade dos alimentos que ingere. São as sinalizações inflamatórias recebidas e geradas pela alimentação que orientam o corpo na distribuição de energia para que o organismo realize de modo adequado e eficiente suas funções, reprodução inclusa. Atividade altamente complexa, a reprodução demanda um elevado gasto energético.
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Médica obstetra com mais de 20 anos de experiência profissional, Bruna Pitaluga afirma que o aparelho reprodutor feminino não perdoa equívocos. A médica ressalta que foram mais de 200 mil anos de evolução até que ele se desenvolvesse e alcançasse um grau de refinamento e complexidade que o tornam sensível às sinalizações inflamatórias do corpo.
“O excesso de sinalização, por conta de uma inflamação, derivada daquilo que se ingere todos os dias, de determinado comportamento dietético, prejudica o sistema reprodutor e o seu funcionamento”, explica.
Segundo Bruna, a mulher necessita compreender que não conseguirá produzir e amadurecer um óvulo e menstruar de forma cíclica, de uma maneira fisiológica, normal, por exemplo, se estiver com uma alimentação inadequada, que priorize o consumo de produtos alimentícios, que não trazem nenhum tipo de nutriente, nem macro e nem micronutrientes, em detrimento de comida nutritiva.
A médica obstetra reitera: a simples produção de um óvulo demanda muita energia por parte do organismo, diversos hormônios e um sistema imunológico equilibrado. “Trata-se de condição fundamental, que deve ocorrer de forma cíclica, para que tudo funcione corretamente no que diz respeito à reprodução”, diz.
Nesse sentido, segundo Bruna, é fundamental o bom funcionamento do intestino. “O sistema reprodutor feminino só estará apto para adquirir uma proteína que seja necessária para ele, caso o intestino consiga absorver o alimento de forma adequada e disponibilizar esse macronutriente”, diz. Por outro lado, uma alimentação saudável contribuirá para o melhor funcionamento intestinal e consequentemente das absorções dos nutrientes necessárias para o funcionamento eficiente do sistema reprodutor.
Por isso, conforme a médica obstetra, uma das grandes preocupações do profissional que faz o acompanhamento pré-natal do século 21 é a dieta da paciente. “A dieta usual da maioria das mulheres é a ocidental, rica em carboidratos e baixa em nutrientes, com alto índice de produzir sinalização inflamatórias, como resistência à insulina”, diz.
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Não à toa, segundo Bruna, o que se vê na prática clínica e que já é descrito em diversos trabalhos científicos é a “overnutrition”, ou seja, o excesso do consumo, principalmente de carboidratos e gorduras, que afeta as funções reprodutorasAssim, alerta Bruna, é imperativo que os profissionais envolvidos no acompanhamento pré-natal atuem para evitar que a gestante consuma produtos alimentícios ultraprocessados e deficientes em nutrientes essenciais.
“Eles devem zelar para que a paciente tenha uma alimentação que contemple vitaminas e minerais imprescindíveis para uma boa absorção intestinal e um bom desempenho do organismo como um todo”, conclui.