Muitas dúvidas rondam o universo dos filhos gêmeos e elas nem sempre são desvendadas. A morte dos gêmeos norte-americanos Julian e Adrian Riester no mesmo dia
, por exemplo, demonstrou para muitos que as similaridades podem ir além da aparência física.
“Um sente o que o outro sente?” ou “Eles são iguais em tudo?” são algumas perguntas que as mães de gêmeos escutam. Mas são mitos ou verdades?
Porém, esta atitude pode promover uma confusão muito grande para eles, inclusive de identidade. “Não se deve tratar um como réplica do outro, mas sim, cada um deles como único”, diz. É necessário, com isso, que os pais sempre procurem perceber as características individuais de cada um para que possam responder a elas.
Para a psicóloga e psicanalista de Uberaba Ilcea Borba Marquez, autora de uma dissertação de mestrado sobre gêmeos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), os pais devem saber que a criação de gêmeos não inviabiliza a diferenciação entre eles, mas dificulta um pouco a vida em um mundo onde a busca por “ser único” é preferência.
Incentivar a construção da personalidade de cada um, portanto, é necessário. Para começar, Ilcea lembra que se referir ao filho como “gêmeo” ao invés do nome dele já não é uma boa ideia. E muito menos vesti-los com roupas iguais com frequência. A gerente de vendas Eli Pereira Borba, de 46 anos, soube disso desde que se tornou mãe de gêmeas, há 20 anos.
“Quando soube que estava grávida de gêmeas fui orientada a proporcioná-las vidas independentes, coisa que eu já imaginava. Então não colocava roupas iguais e elas sempre estudaram em classes diferentes. Até o corte de cabelo era feito distintamente”, diz.
Não respeitar os gêmeos em suas individualidades, de acordo com Tavares, pode lhes proporcionar um incômodo que não é banal. “Possibilitar o desenvolvimento da identidade é o principal. Caso não aconteça, no futuro os gêmeos poderão ter dificuldades em terem vida própria ou fazerem escolhas pessoais e profissionais”, conta.