Em 2020, a modelo australiana Ellidy Pullin perdeu o marido, Alex Chump, após ele se afogar enquanto praticava caça submarina, com apenas 32 anos. De lá para cá, Ellidy já abriu o coração sobre o acidente devastador e revelou como ela deu à luz o primeiro filho deles de forma "milagrosa", 15 meses após a morte do parceiro.
Em entrevista ao podcast "Good Mourning" em 2022, a australiana de 31 anos contou que descobriu um procedimento chamado recuperação de esperma post mortem ("após a morte", em tradução livre).
"Era apenas um dia normal, acordamos como qualquer outro dia — o sol estava brilhando, era um dia lindo", ela lembrou. "Alex estava tipo 'Vou surfar ou mergulhar hoje?'".
O homem saiu na manhã de 8 de julho de 2020 para a caça submarina, enquanto Ellidy passeava com o cachorro do casal, Manny. O que ela não sabia era que aquela era a última vez que veria o marido.
Mais tarde, a australiana se deparou com uma postagem no Facebook informando que um corpo inconsciente havia sido retirado da água no mesmo local em que Alex estava. Ela não tinha ideia de que o corpo em questão poderia ser de seu parceiro.
O ex-atleta dos Jogos Olímpicos de Inverno se afogou depois de sofrer um "apagão em águas rasas" ao tentar prender a respiração por muito tempo.
"Eu o vi naquela manhã – ele era a pessoa mais feliz e em boa forma – e ele simplesmente não voltou para casa naquele dia", lamentou Ellidy.
Poucas horas após a perda, amigos e familiares começaram a considerar a recuperação de esperma post mortem, já que o casal já havia "tentado ter um bebê" antes.
Para o procedimento, é realizada uma aspiração epididimal (extração de espermatozoides usando uma agulha), uma biópsia testicular ou a remoção completa dos testículos. Assim que o esperma é extraído, ele é congelado e posteriomente é utilizada a técnica de inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV).
No Brasil, conforme a Resolução nº 2.168/2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM), "é permitida a reprodução assistida post mortem desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente".
Ellidy Pullin concordou em iniciar o processo. Ela passou por duas rodadas de FIV, antes de dar à luz Minnie Alex Pullin em outubro de 2021.
''Ela está com quatro meses — e se parece com ele. [...] consigo vê-lo nos olhos dela", disse Ellidy em 2022.
Desde então, ela aborda a situação em seu próprio podcast, "Darling, Shine!", comentando: "Minha tristeza é por Alex, ele está perdendo a oportunidade de ser pai. Vejo pais com seus bebês sabendo o quão bom ele teria sido".
Ela também acrescentou: "Tivemos tanta sorte que o esperma dele ainda estava vivo, estava feliz e saudável. Tudo simplesmente se alinhou e acho que Alex estava guiando tudo – acho que tudo estava destinado a acontecer".
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** Gabrielle Gonçalves é jornalista formada pela UNESP e atua como repórter do iG Delas e do iG Receitas.