Crianças podem sofrer efeitos psicológicos com agressão pública
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Crianças podem sofrer efeitos psicológicos com agressão pública

Está no Estatuto da Criança e Adolescente (Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990), em seu artigo 17, o direito ao respeito, que consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

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A disposição legal foi frontalmente desrespeitada no caso envolvendo a jornalista Bárbara Gância, que ofendeu, em um tuíte, a filha do presidente Jair Bolsonaro, dizendo que a menina, de apenas 11 anos, parecia uma prostituta ao se arrumar. 

O episódio causou um alvoroço nas redes sociais e a primeira-dama veio a público dizer que tomaria medidas contra o ocorrido. Para especialistas ouvidos pelo iG Delas, ofender publicamente uma criança pode trazer prejuízos para além da imagem. 

"O que pode acontecer é de a filha de acessar esse conteúdo e nem sabe o que está acontecendo. Pode se sentir co-responsável, afetar a formação do eu, é uma pré-adolescente, impacta na autoestima, em um assunto reativo do qual ela não deveria sequer participar", avalia o psicólogo Filipe Colombini, diretor da Equipe AT. 

De acordo com o profissional, a sociedade como um todo deixou de blindar suas crianças contra o excesso de ódio e polarização. "Muitos pais não dão bons exemplos de empatia, de lidar com o diferente, e as crianças estão absorvendo isso."

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Para Beatriz Montenegro, pedagoga, neuropsicopedagoga e Educadora Parental, a responsabilidade desta ação é dos adultos e ela acontece através de dois caminhos. O primeiro é proteger a criança não permitindo que alguns assuntos acessem a ela. "Porém nem sempre é possível, diante disso o segundo caminho possível é acolher o sentir desta criança, permitindo que ela fala sobre o que sentiu, que chore, até que o assunto seja elaborado emocionalmente por ela."

As consequências desse tipo de ação é a instauração de um trauma emocional. "Sabemos pelos estudos na área da neurociência, que o trauma vem não dá situação vivida, mas da falta de acolhimento no que foi vivido. Então diante de uma situação que não conseguimos blindar, evitar que a criança viva, o caminho é acolher, para que isso não se torne um trauma", explica Montenegro. 

Jornalista ofendeu publicamente a filha do presidente
Reprodução/Twitter
Jornalista ofendeu publicamente a filha do presidente


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