Psicóloga aponta sinais de abusos praticados contra crianças
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Psicóloga aponta sinais de abusos praticados contra crianças





A morte do pequeno Henry Borel, de 4 anos, chocou a sociedade e trouxe à tona uma discussão já muito antiga na realidade brasileira: a violência contra crianças. O menino foi encontrado morto no apartamento da mãe, Monique Medeiros, com lesões graves no corpo. Tanto a mulher, quanto o namorado, o vereador Jairinho, foram presos. Segundo a Polícia Federal, o casal estava interferindo nas investigações. 

Segundo a Ouvidoria Nacional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, quase 70% dos casos de abusos realizados contra crianças e adolescentes foram praticados pela mãe, pai ou padrasto da vítima. Com isso, nota-se que a pandemia do Covid-19, que manteve as crianças longe da escola, também foi um fator que possibilitou o agravamento das agressões. 

Segundo a psicóloga Niceia Riquião, as crianças costumam dar sinais de que estão sofrendo algum tipo de abuso. Eles podem variar de acordo com a idade e algumas crianças podem não entender como violência e sim como carinho. "Pais e familiares devem sempre ficar atentos às mudanças de comportamento. Como, por exemplo, proximidade excessiva de parentes, irritabilidade, a criança pode começar a evitar lugares ou pessoas que gostava, pode ficar mais ansiosa, mais sensível e chorando mais", explica. 


Sintomas físicos também são sinais de alerta. Niceia aponta para a queixa de dores abdominais, vômitos e outras comorbidades. "A hora da brincadeira é um outro fator para se atentar, uma vez que a criança pode reproduzir situações que viveu nesses momentos, bem como falas sexualizadas ou nomeando órgãos genitais de maneira suspeita", alerta. 

Ao perceber que a criança está sofrendo algum tipo de abuso, seja ele físico, sexual ou psicológico, é possível realizar uma denúncia de forma anônima no disque 100, ou no conselho tutelar. Além disso, oferecer escuta à criança, perguntar se ela deseja contar algo, mostrar que se importa com ela, são atitudes fundamentais.

Caso haja alguma suspeita, é preciso acionar um pediatra ou psicólogos que farão escuta profissional a fim de investigar. Niceia ainda aconselha que é de extrema importância ensinarmos as crianças sobre o seu próprio corpo, orientando sobre o que fazer caso alguém a toque sem consentimento.

O Governo Federal lançou, em 2020, a cartilha “Família Protetora” com passos que os pais ou responsáveis devem tomar para proteger as crianças; alguns deles são:

  • Oriente seus filhos sobre o que é abuso sexual ensinando que existem partes do seu corpo que são íntimas e que devem dizer “não” caso alguém queira tocar nessas partes.
  • Os filhos devem ser orientados a não aceitar balinhas, dinheiro ou presentes de pessoas estranhas e sempre que ganhar algo de algum parente ou desconhecido, devem comunicar aos pais ou responsáveis.
  • Ensine que jamais devem guardar segredo sobre esses fatos e que quando alguém diz que “não devem contar algo” pois podem machucar seus pais e familiares, exatamente nessas situações é que os pais precisam ser informados devendo-se contar com urgência o ocorrido.
  • Caso precisem, procurem orientação qualificada e a ajuda de profissionais da saúde ou segurança pública. Evitem ficar tratando desse assunto com vizinhos, parentes ou pessoas que não podem, de fato, prestar o auxílio adequado.

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