Thammy Miranda, filho da cantora e dançarina Gretchen, foi alvo de ataques após ser anunciado que ele faria parte da campanha de Dia dos Pais da marca de cosméticos Natura . O pastor Silas Malafaia usou as redes sociais para convocar relogiosos para boicotarem a empresa e o nome do ator foi citado em fake news envolvendo Eduardo Bolsonaro , que também criticou a campanha. Mas o que pensam as revendedoras? O iG Delas conversou com quatro para saber se elas gostaram ou não da propaganda e se pretendem abrir mão da renda apoiando o boicote proposto pelo pastor.
Malú Santos, de 68 anos, é revendedora Natura. Ela vê a enxurrada de críticas como transfobia.
"São pessoas que não têm o que fazer. Se tivessem, não atacariam ele", afirma a revendedora. "Não tenho nada contra e acho a iniciativa excelente."
Para Malu, os negócios seguem os mesmos. "Não irei parar de revender, continuo a favor da campanha", comenta.
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A revendedora Ana Lúcia Araújo, 37, pensa que outras pessoas poderiam fazer a propaganda, mas acha que Thammy está fazendo o papel de pai muito bem. "Ele se fez presente na gestação até agora. Merece fazer a propaganda. Acho que a polêmica maior foi por ser trans, mas penso que é pura hipocrisia, pois há muitos pais [que não são trans] que não conseguem exercer a função de pai", diz Ana.
A consultora Vanessa Silva, de 35 anos, também é a favor da campanha e contra o preconceito. Ela diz que continuará vendendo produtos da Natura marca sem problema algum. "Não deixo de vender, não tenho nada contra e acho que não tem nenhuma diferença. Se tem genitália do homem ou mulher, o que importa é o amor pelo filho. Muitos pais por aí não fazem o papel de pai", afirma Vanessa.
Ana Paula Carreira, 48, é evangélica e não gostou da campanha. "Não julgo nem nada, mas penso que a marca está induzindo pessoas a um erro e isso não apoio. Na próxima campanha de Dia dos Pais, não irei vender nem comprar da marca", afirma Ana Paula. Na próxima... Por enquanto, continua e, também, vende Avon - marca que foi comprada pela Natura, em 2019 . "Acho que a Avon não irá misturar as coisas", diz a revendedora.
Há quem pense que a campanha é uma forma de inclusão social. É o caso da revendedora Michelle Dias, de 28 anos, que também é evangélica. "Mesmo sendo a favor da família tradicional, penso que é possível [uma pessoa trans] ser pai. Não deixaria de vender ou comprar, até por que não está relacionado ao produto que a empresa fornece e, sim, tentar incluir algo que acontece e há preconceito", aponta Michelle.