O anúncio no Instagram de que a apresentadora Fernanda Lima e o ator Rodrigo Hilbert vão aumentar a família gerou comoção entre famosos e anônimos nesta quinta-feira (4). Além do carinho dos fãs, o anúncio de um terceiro filho do casal (ou será que ela terá gêmeos novamente?) também levantou um novo debate: os riscos da gravidez depois dos 40.
Aos 41 anos, Fernanda, que já é mãe dos gêmeos João e Francisco, de 10, entra para o time das mulheres que tiveram uma gravidez depois dos 40 . “Atualmente, registra-se uma tendência cada vez maior de gravidez entre mulheres que se encontram na faixa entre os 35 e 45 anos”, aponta o ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Fábio Muniz.
Segundo ele, uma gestação nesta fase da vida exige dos profissionais de saúde mais atenção, já que há maiores chances de complicações para a mulher e para o feto. O especialista ainda afirma que dados da literatura médica citam que a faixa etária ideal para se ter filhos estaria entre 20 e 29 anos.
No entanto, como a biologia não é uma ciência exata, é claro que podem existir variações quanto à definição da idade materna avançada para a gravidez. Enquanto alguns autores consideram o limite de 35 anos, outros acreditam que vai até os 45.
Quais os riscos de uma gravidez após os 40?
Independente de qual idade a gestação é considerada “tardia”, em um ponto todos os especialistas concordam: quanto mais tarde a gravidez, maiores são os riscos. “As gestantes com mais idade vão engravidar numa fase em que coincide com o início de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, disfunções da tireóide entre outras.”
Fábio explica também que existem outras patologias que se apresentam com maior frequência neste período, como abortamentos e anomalias cromossômicas. “A incidência de Síndrome de Down, por exemplo, em gestações aos 18 anos é de 1 entre 1000, já aos 40 anos passa a 1 entre 100”. Como consequência do maior risco, a morbimortalidade para o binômio mãe e feto também aumenta.
Mas, se você tem mais de 40 e ainda planeja engravidar, calma! A evolução dos conhecimentos médicos permite que mulheres em idades avançadas curtam a maternidade. É claro que os cuidados devem ser levados ainda mais a sério.
“O ideal é que o pré-natal comece antes mesmo da concepção. O casal deve procurar o ginecologista antes de engravidar para uma avaliação clínica geral com investigação das funções cardíacas, renais, entre outras”, indica Fábio.
O ginecologista também fala sobre a importância da realização de exames laboratoriais, atualização vacinal e outras medidas que visem uma gravidez saudável , como o controle do peso, por exemplo. “Se tudo estiver bem, recomenda-se o uso de ácido fólico [vitamina do Complexo B] para diminuir o risco de malformação do sistema nervoso central do bebê, assim como outras vitaminas que estejam em carência”, aconselha.
Outro ponto que merece atenção para aquelas que desejam uma gravidez depois dos 40 anos é o aspecto emocional. Segundo Fábio, a cobrança por gerar filhos e algumas tentativas sem sucesso podem acarretar frustração que impactam na taxa de fecundidade. “É fundamental o acompanhamento multidisciplinar nestas circunstâncias”, acrescenta.
Por fim, o médico explica ainda que mulheres após os 35 anos que engravidam espontaneamente possuem, do ponto de vista teórico, mais chances de terem gravidez gemelar. Isso acontece porque, nesta faixa etária, o estímulo para ovular precisa ser maior.
Assim, o organismo produz mais FSH (hormônio estimulador de folículos, que são as estruturas dos ovários que contêm os óvulos) para garantir o desenvolvimento dos poucos folículos que restam. Então, aumenta a probabilidade de se produzir mais de um óvulo em um mesmo ciclo. Será que Fernanda Lima
terá dobradinha de gêmeos? É preciso esperar para saber.