Jen Bickel, do País de Gales, não teve uma jornada fácil até chegar à maternidade. A mulher enfrentou 10 abortos até conseguir dar à luz pela primeira vez. Ela e o Marido, Andrew, passaram 10 anos tentando ter um filho.
Leia também: Gravidez ectópica: como acontece, quais os riscos e os tratamentos
“Foram tantos pontos baixos na jornada para me tornar mãe que é difícil escolher qual foi a pior”, define Jen em entrevista à BBC . Além de todos os abortos que sofreu, ela precisou tirar as duas trompas de Falápio, diminuindo ainda mais as chances de ter uma gravidez natural.
“Eu não queria sair da cama. Não queria trabalhar, tampouco ver gente. Era como se tivesse fracassado”, fala. Ela diz que só conseguiu superar tudo graças ao apoio do marido e de toda a família.
Leia também: Congelamento de óvulos: o que é e como funciona esse procedimento?
Da saga dos abortos até a maternidade
A primeira tentativa de Jen foi em 2007, quando ela engravidou com facilidade, mas teve um aborto espontâneo com seis semanas de gravidez . “Fiquei triste, mas não completamente devastada”, lembra.
Depois disso, foram 18 meses até conseguir engravidar novamente, mas ela perdeu o bebê de novo com 11 semanas de gestação. “Andrew e eu ficamos arrasados, especialmente porque fiquei internada para fazer curetagem, isso envolveu horas de sangramento e dor”, fala.
As frustrações foram crescendo, pois os amigos a sua volta começaram a construir família e ter filhos, mas eles não. “Isso tornava nossas perdas ainda mais acentuadas. Pessoalmente, não consegui deixar de me culpar. Por que meu corpo estava me boicotando?”.
Em 2009, perdeu outro bebê depois que um ultrassom apontou que a criança não tinha mais batimentos cardíacos. “Em 2010, decidimos tentar a fertilização in vitro , esperando que fosse resolver o problema. Mal sabíamos o quão difícil este processo seria”, fala.
Você viu?
Os médicos geraram 10 embriões, mas nenhum vingou. Alguns esses depois, Jen e Andrew tentaram mais uma vez e o teste de gravidez deu positivo, mas, mais uma vez, o bebê não tinha batimentos cardíacos.
Nesse momento, os dois ficaram desesperados. “Pegamos 2 mil libras para realizar exames em laboratórios particulares, fizemos acupuntura e compramos suplementos, mas nada ajudou”, lembra. Apesar de todas esses dificuldades, eles não queriam desistir.
Em 2014, implantaram mais dois embriões, mas era uma gravidez ectópica – quando a gestação ocorre fora do útero. Aí acabaram as opções de fertilização in vitro, pois não haviam mais embriões congelados e nem dinheiro para um novo tratamento.
Leia também: Infertilidade secundária: o que é, quando acontece e o que fazer?
“Incrivelmente, recebemos outra chance quando a clínica de fertilização in vitro nos ofereceu mais uma tentativa grátis, após as enfermeiras terem votado em nós como o casal mais merecedor. Implantamos dois embriões e congelamos três”, diz.
Porém, ele teve mais duas gravidezes ectópicas. “Durante uma década, engravidei 10 vezes, seis de forma natural e quatro por fertilização in vitro. Não aguentávamos mais”, fala. Era a última esperança do casal, já que só tinham três embriões congelados.
“Demoraram meses até os médicos considerarem o revestimento do meu útero espesso o suficiente para tentar mais uma vez. Quando isso aconteceu, implementamos um embrião e, depois de uma espera agonizante de duas semanas, eu estava grávida”, relembra.
O casal tentou não ter muitas esperanças, mas eles sentiam que seria algo diferente dessa vez. “Apesar dos enjoos matinais e da descoberta de que era um menino, Andrew achava difícil acreditar”, conta.
Jen fala que o marido não queria comprar o enxoval, nem decorar o quarto até ter certeza de que eles chegariam às últimas semanas de gestação. “Devido à minha idade, tinha 40 anos, o parto foi induzido para garantir que a placenta não falhasse”, conta.
Após todas as tentativas frustradas e os abortos que Jen enfrentou, ela deu à luz um menino que hoje está saudável e com seis semanas de vida. “Eu tenho tudo que sempre quis. Somos sortudos”, finaliza