Infertilidade secundária: o que é, quando acontece e o que fazer?

A infertilidade secundária acontece quando o casal tem dificuldade de engravidar pela segunda vez; veja as causas e possíveis tratamentos

A gestação é um sonho para muitas mulheres, porém, ao contrário do que se pode imaginar, nem sempre é um desejo tão simples de ser alcançado. Algumas até conseguem ter o primeiro filho com facilidade, mas na hora do segundo, as dificuldades começam e a gravidez parece nunca acontecer, mesmo após tentativas contínuas. Essa situação tem nome. É o que os especialistas chamam de infertilidade secundária.

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A infertilidade secundária acontece quando, após dois anos de tentativa, o casal não consegue engravidar do segundo filho
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A infertilidade secundária acontece quando, após dois anos de tentativa, o casal não consegue engravidar do segundo filho

Costuma-se acreditar que a infertilidade é algo restrito a casais que nunca tiveram um filho. No entanto, não é bem assim. Casais juntos há muito tempo e que já até tiveram um filho podem apresentar o problema.

“A infertilidade secundária pode ser definida como a incapacidade de engravidar após dois anos de relações sexuais regulares, de duas a três vezes por semana, sem uso de nenhum método contraceptivo”, explica Paulo Gallo, especialista em reprodução humana assistida e diretor-médico do Vida – Centro de Fertilidade.

Esse foi o caso de Fernanda da Silveira Silva, 37 anos, mãe de duas filhas, uma de dois e outra de 10 anos. Em entrevista ao Delas , a bancária conta que demorou quatro anos após a primeira gestação para tentar ter a segunda e mais quatro até de fato conseguir engravidar.

Fernanda relembra que assim que decidiu que gostaria de mais um filho, parou de tomar anticoncepcional e foi ao médico para tratar do ovário policístico. “Quando parei de tomar remédios, fui ao ginecologista e fiz o tratamento, mas não consegui engravidar”, fala. As tentativas eram frequentes, mas nada do segundo filho vir. Depois de um tempo, Fernanda conta que decidiu “deixar nas mãos de Deus” e somente após alguns anos conseguiu a nova gestação.

De acordo com Paulo, o que Fernanda passou é comum e quando isso acontece é preciso investigar o caso. “Após dois anos de tentativa sem resultado, é preciso realizar os exames e detectar onde está o problema. Casais com mais idade não precisam esperar tanto tempo, podem realizar os testes antes”, orienta.

De acordo com o profissional, os exames para detectar o problema são: espermograma, histerossalpingografia, dosagens hormonais e ultrassom transvaginal.

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Causas da infertilidade secundária

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A infertilidade secundária tem as mesmas causas da infertilidade primária, mas agora trata-se da segunda gestação


De acordo com Paulo, a dificuldade de engravidar pode surgir tanto por problemas femininos quanto masculinos. No geral, as causas são variadas.

Essa dificuldade gerar um novo filho pode ser consequência de alguma piora do espermograma, ou seja, pior quantidade ou qualidade do esperma, entre a primeira gestação e a tentativa atual. Além disso, pode ter acontecido algum processo infeccioso que tenha danificado as trompas ou alguma disfunção hormonal que interfere na ovulação da mulher.

“Como existem diversas causas, é importante procurar um especialista para investigar e tratar adequadamente”, orienta o especialista. 

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Tratamento para infertilidade

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Há uma série de tratamentos para infertilidade que ajudam o casal a superar essa dificuldade e gerar um novo filho

Paulo explica que as pessoas que sofrem com a dificuldade de engravidar pela segunda vez têm metade da probabilidade de procurar um tratamento do que aquelas que enfrentam a dificuldade pela primeira vez. “Em parte, essa relutância vem da negação emocional, já que um dia eles já conseguiram gerar um filho”, comenta.

Apesar de a hesitação em pedir ajuda ser comum, buscar orientação médica e recorrer aos tratamentos é o melhor caminho para solucionar o problema e realizar o sonho do segundo filho. Existe uma série de tratamentos para casos de infertilidade. Listamos os mais comuns:

  • Indução da ovulação

A indução da ovulação é um tratamento que tem o objetivo de estimular o ovário a produzir óvulo no período fértil e orienta o casal a ter relações nessa época. É importante ter o monitoramento da resposta dos ovários para não correr o risco de haver uma hiperestimulação ou mais de um folículo maduro.

É um procedimento indicado para as mulheres com ovário policístico ou distúrbios na ovulação. Além disso, é uma fase da fertilização in vitro e da inseminação intrauterina.

  • Fertilização in vitro (FIV)

A fertilização in vitro é um procedimento onde vários óvulos são tirados por aspiração folicular e são colocados em um recipiente adequado junto aos espermatozoides do parceiro ou do doador. Cada óvulo é inserido em um “ambiente” que contém cerca de 40 mil espermatozoides saudáveis e a fecundação acontece de forma espontânea.

Esse método é indicado para casais que já tentaram outros métodos ou para aqueles que não têm a possibilidade de conseguir engravidar por métodos naturais ou assistidos. No geral, apresenta 60% a 70% de índice de sucesso.

  • Transferência intratubária de gametas

A transferência intratubária de gametas é o procedimento de inserção conjunta de gametas femininos e masculinos dentro das tubas uterinas. Geralmente, as mulheres que optam por esse método têm distúrbios de ovulação, endometriose ou quando as causas da não fertilidade do casal são desconhecidas. Não é tão indicado quanto a fertilização in vitro.

  • Inseminação Intrauterina

A inseminação intrauterina é um dos tipos de reprodução assistida. Para fazê-la é necessário controlar o tempo de ovulação, já que há a injeção de espermatozoides dentro do útero aproximadamente 36 horas após a ovulação. Esse método é recomendado quando a causa da infertilidade é indeterminada. Geralmente, é utilizada em casos de distúrbios de ovulação e endometriose leve.

  • ICSI

ICSI é a sigla para injeção introcitoplasmática de espermatozoide, mais um tratamento para casos de infertilidade . O procedimento consiste na injeção de um espermatozoide dentro de um óvulo por meio de micromanipulação. É uma variação da fertilização in vitro. Os números apontam que o procedimento ICSI tem 60% de sucesso em mulheres com menos de 35 anos.