Uma mãe compartilhou as fotos do momento em que deu à luz bebê morto depois que o coração dele parou de bater. A australiana Kristy Watson, de 20 anos, tomou a decisão de postar as fortes fotos no Facebook e fazer um relato do que aconteceu na esperança de que “nenhuma mãe e nenhuma família tenha que passar pela dor, desgosto e perda” que ela sofreu por não ter uma pré-eclâmpsia diagnosticada precocemente.

Kristy Watson perdeu seu bebê por conta de uma pré-eclâmpsia que não foi diagnosticada  e fez um relato emocionante
Reprodução/Facebook
Kristy Watson perdeu seu bebê por conta de uma pré-eclâmpsia que não foi diagnosticada e fez um relato emocionante


Kristy conta que foi difícil aceitar a gravidez no início por ser mãe solteira e por já ter sofrido três abortos dolorosos, mas depois passou a considerar a gestação “a mais bela experiência” que ao perceber que seu corpo era forte o suficiente para carregar um bebê. O que atrapalhou a gestação foi a pré-eclâmpsia – uma doença que não surgiu de surpresa, mas os sintomas foram ignorados pelos médicos.

O relato que Kristy fez no Facebook junto com fortes imagens do momento do parto viralizou e conta com mais de 15 mil reações. Ela começa o desabafo dizendo que não quer culpar ninguém pelo que aconteceu, apenas alertar as mães para não ignorarem aquilo que sentem.

“Minha gravidez quase me matou. Meus rins estavam falhando, minha pressão sanguínea estava tão alta que quase me fez ter um derrame ou um ataque súbito, meu corpo estava lutando tanto para manter meu filho vivo que acabou levando sua vida para manter a minha”, escreve a australiana que também explicou o que é essa doença que tirou a vida do seu bebê com 32 semanas e cinco dias.

“Para quem não sabe, é um distúrbio da gravidez caracterizado por quadros de pressão alta e pela presença de proteína na urina. Quando o quadro é grave, pode haver uma degradação dos glóbulos vermelhos, uma contagem baixa de plaquetas no sangue, insuficiência da função hepática, disfunção renal, inchaço, falta de ar devido a líquido nos pulmões ou perturbações visuais”, explica.

Complicações geradas pela pré-eclâmpsia

Após perder o filho, Kristy resolveu fazer um relato de tudo o que aconteceu para alertar as mães sobre a pré-eclâmpsia
Reprodução/Facebook
Após perder o filho, Kristy resolveu fazer um relato de tudo o que aconteceu para alertar as mães sobre a pré-eclâmpsia


O grande problema é que desde que completou 26 semanas, Kristy passou a sentir  diversos sintomas da doença e todas as vezes que ia ao médico era mandada de volta para casa sem um diagnóstico preciso. Ela conta que chegou a procurar outros hospitais, mas era orientada a voltar para a maternidade que tinha escolhido para ter o filho.  

“Em uma terça-feira, antes de dar entrada no hospital de novo, com os mesmos sintomas das todas as outras vezes, eu me senti estúpida e sei que eles pensaram que eu apenas estava reclamando da minha gravidez, mas na realidade eu sabia que algo não estava certo”, relata a mãe, que novamente foi mandada para casa com a receita de um remédio para dor de cabeça.  


“Isso foi três dias antes de eu sentir meu filho nunca mais se mexer. Três dias antes de me falarem que eu havia tido e que meu bebê não tinha batimentos cardíacos. Três dias antes de eu ter que ser induzida a um trabalho de parto de 12 horas até finalmente  segurar meu filho sem fôlego e sem vida.”

Tudo poderia ter sido diferente se a pré-eclâmpsia fosse identificada precocemente e jovem lamenta por isso. “Eu tive a perda do meu lindo menino devido ao sistema [de saúde] ter me deixando para baixo e não ter me ouvindo quando eu sabia que algo estava errado. Tive que ver minha família desolada com a perda do sobrinho, do neto, do primo e eu também fiquei desolada, porque ninguém se importou o suficiente para me ajudar quando eu precisava”, conclui Kristy.

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