O mês das mães chegou. E, para celebrá-lo, fizemos um especial reunindo as experiências de diferentes mães. Para cada quarta-feira do mês, uma pergunta diferente: Quais pensamentos mudaram depois de você se tornar mãe? O que não ia fazer, mas fez? Como cuida de si mesma? Onde já errou com a maternidade? Quais dicas pode dar para futuras mamães?
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Ana Paula Xongani, Patrícia Camargo, Patrícia Marinho, Lia Camargo e Xan Ravelli mostram que tudo bem mudar de opinião vez ou outra e que não há pecado algum em errar e em encontrar um tempo só para você mesma também. Mas, hoje, elas revelam o que pensavam da maternidade antes mesmo de se tornarem mães.
Ana Paula Xongani, mãe da Ayoluwa
Hoje, como mãe da pequena Ayoluwa, a empresária Ana Paula Xongani sente que está reproduzindo sua própria infância, mas ainda assim ela achou que seria diferente sua relação com a filha.
“Eu achava que a gente conseguia influenciar muito mais nossos filhos do que a gente realmente consegue, mas o meio é muito mais forte do que a educação que os pais dão. O empoderamento não pode ser apenas eu com minha filha. Nós precisamos de um mundo empoderado. Não basta só na minha casa, tem de ser todo o meio de convívio.”
Ayoluwa tem apenas quatro anos, mas mesmo assim a mãe já percebe o quanto as outras pessoas geram influência na vida da menina. Este é um dos motivos pelos quais Ana Paula sente cada vez mais pressa de mudanças.
“Eu queria que o mundo estivesse melhor para a minha filha. Antes, eu tinha mais tranquilidade. Hoje, tenho mais pressa para que ele melhore. Além disso, comecei a valorizar muito mais o trabalho dos pais”, explica a empresária, que passou a entender melhor o tamanho do desafio da maternidade e paternidade.
Patrícia Camargo, mãe do Henrique, da Sofia e da Larissa
A jornalista Patrícia Camargo sempre se viu como mãe, mas como mãe de meninos, já que sempre foi mais agitada e menos delicada. Mas aí, o tempo passou, e, hoje, ela tem em casa um menino e mais duas meninas.
Quando o primeiro chegou, todas as dificuldades que viveu como mãe já eram esperadas, mas a ficha de que tudo havia mudado mesmo caiu quando ela percebeu que não queria deixar a criança para voltar a trabalhar.
“Não queria levá-lo no berçário, mesmo tendo sido escolhido com muito carinho. Veio a paranoia do que vou fazer com minha vida, com a carreira, todo mundo esperando para eu voltar. O que vou ser após a maternidade? Parar de trabalhar e ser mãe em tempo integral? Não é que você vai ser só mãe, é mãe e dona de casa, e isso sempre me incomodou.”
Foi difícil chegar à conclusão de que ela poderia, sim, parar de trabalhar, ficar com o filho e só depois ver o que faria com sua vida profissional. Patrícia conversou com o marido, por conta do impacto financeiro que a família iria sofrer, mas os dois acertaram tudo.
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“Não foi fácil encarar as pessoas do trabalho, falar não trabalho mais. As pessoas cobram, alguns acham legal, mas outros julgam. Um questionário para assinar a profissão, por exemplo, o que vou colocar? Mãe? Dona de casa? O quê? Deixa a gente mal.”
E após todas estas dúvidas com o primeiro filho, veio a primeira filha. E aí, mais dúvidas. A princípio, Patrícia e o marido queriam ter dois filhos mesmo, mas como não viam diferença entre gestação e adoção, desde o tempo que haviam iniciado as tentativas de engravidar naturalmente estavam também na filha de adoção. E agora, com a segunda criança, sairiam da fila?
Havia também o medo de ser mãe de menina, mas quando a filha nasceu, tudo sumiu. “Ser mãe de menina, mãe de menino, não fazia a menor diferença”, revela a jornalista, que ainda assim precisou aprender mais sobre laços e babados, algo que “não era muito sua ‘praia’”. E sobre a dúvida da fila de adoção… bem, o casal decidiu permanecer nela e, um ano depois, mais uma menina chegou na vida de Patrícia.
Patrícia Marinho, mãe da Carol e Gabi
A publicitária e blogueira Patrícia Marinho não fazia ideia do amor que passaria sentir após a chegada das filhas, Carol e Gabi. “É um amar loucamente e integralmente uma pessoa. As prioridades mudam também. Coisas que você achava importante e, na verdade, não tinham a menor importância. A lista de prioridades muda”, revela.
Lia Camargo, mãe do Fernando
"Eu sempre costumo ser realista, mais pé no chão, mas subestimei o trabalho que um filho dá. Desde o começo, pensei que todos os bebês dormiam bastante, ficavam bem quietinhos... Meu filho mostrou que não é bem assim! Ele demanda bastante atenção desde que nasceu, é muito mais trabalhoso do que eu podia imaginar", conta a blogueiral Lia Camargo.
Ela afirma que depois da chegada do pequeno Fernando tudo mudou em sua vida. Umas das coisas que sente falta depois da maternidade é a simples liberdade de sair. "De poder virar pro marido e dizer 'vamos jantar fora e depois ir no cinema?', botar uma roupa e sair! Com filho isso não existe, eles são o eixo, você tem de pensar sempre no bem estar deles em primeiro lugar."
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Xan Ravelli, mãe da Jade e do Rael
“É difícil a gente falar com propriedade sobre esse amor incondicional que todo mundo descreve e que você tem pelos filhos. É algo que só na prática mesmo, depois que os filhos saem da barriga da gente, que começamos a sentir de verdade”, afirma a youtube Xan Ravelli.
Depois da chegada de Jade e Rael, a mãe percebeu também que a maternidade não é algo simples e automático. Xan já havia trabalhado com crianças antes e, por isso, pensou que tudo seria maravilhoso, afinal de contas, ela já sabia um monte de coisa, certo? Errado! “A gente não sabe, porque no dia a dia as demandas são completamente diferentes”, alerta.