Tanto para mulheres que querem engravidar quanto para aquelas que ocasionalmente sentem um medinho de passar por uma gravidez fora de hora, é natural pesquisar sobre o assunto. Nessa hora, porém, muita gente recorre exclusivamente à internet, onde há muitas informações falsas sobre esse e outros assuntos relacionados a sexo e contracepção. Pensando nisso, consultamos a ginecologista Mariana Maldonado e listamos oito mitos a respeito da concepção: 

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A ideia de que ficar com as pernas para cima após o sexo ou transar em determinadas posições ajuda a engravidar é algo em que muitos acreditam, mas será que a forma que o casal faz sexo pode mesmo facilitar ou dificultar a fecundação?
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A ideia de que ficar com as pernas para cima após o sexo ou transar em determinadas posições ajuda a engravidar é algo em que muitos acreditam, mas será que a forma que o casal faz sexo pode mesmo facilitar ou dificultar a fecundação?


1. Quando faz sexo menstruada, a mulher pode engravidar?

De acordo com a ginecologista, ter uma relação sexual sem camisinha durante o período menstrual pode, sim, resultar em uma gravidez, mas tudo depende do momento em que ela aconteceu. Mariana afirma que, apesar de haver algumas exceções, é praticamente impossível engravidar após transar durante os primeiros dias da menstruação, mas, segundo ela, as chances aumentam quando a relação ocorre durante os últimos dias do período menstrual.

Isso ocorre porque, segundo a médica, os espermatozoides são capazes de sobreviver no corpo da mulher por até três dias. Se ela faz sexo sem proteção no fim do período menstrual – e há ejaculação dentro do canal vaginal – pode ser que os espermatozoides “durem” até a mulher estar no período fértil, possibilitando uma fecundação. Apesar de as chances serem pequenas, a especialista afirma que o melhor para evitar surpresas é recorrer à boa e velha camisinha.

2. Usar duas camisinhas ao mesmo tempo significa proteção em dobro?

Jamais! Utilizar dos preservativos ao mesmo tempo – sejam eles dois masculinos ou um masculino e um feminino – não só é ineficaz como também atua contra a proteção. Isso acontece porque a fricção entre as duas camisinhas aumenta as chances de elas se romperem e deixarem o casal na mão. Segundo Mariana, se a pessoa não se sente segura utilizando apenas o preservativo, o ideal é combiná-lo a outro método contraceptivo.

3. Existe alguma posição sexual que facilita a fecundação?

Este talvez seja um dos maiores mitos em que as pessoas acreditam quando estão tentando engravidar (ou fugir de uma gravidez indesejada). Há quem diga que algumas posições sexuais favorecem a “viagem” dos espermatozoides até o óvulo, mas, de acordo com a ginecologista, se houve uma ejaculação dentro do canal vaginal, as chances de o espermatozóide fecundar o óvulo são as mesmas em qualquer posição sexual que o casal escolha.

Leia também: Veja seis dicas de como tornar a relação sexual com camisinha mais prazerosa

4. Transar em pé dificulta a fecundação?

Da mesma forma que posição sexual alguma é capaz de facilitar a fecuntação, nenhuma delas é capaz de reduzir as chances de haver uma gravidez quando o casal faz sexo sem utilizar algum método contraceptivo. Há quem diga que, quando se transa em pé, a gravidade dificulta a chegada dos espermatozoides ao óvulo, mas a ginecologista nega que isso aconteça, já que, além de eles se movimentarem de forma independente à posição do corpo, ainda são capazes de viver por um tempo dentro dele (e ninguém fica três dias em pé, não é mesmo?).


5. Ficar com as pernas para cima após o sexo ajuda a engravidar?

Uma das coisas que mulheres que estão tentando engravidar mais ouvem por aí é que, após o sexo, elas devem permanecer alguns minutos deitadas com as pernas erguidas para não haver “desperdício de esperma”. Essa dica divide a opinião de especialistas, mas o "método" nunca chegou a ser cientificamente comprovado.

6. A posição em que o casal transa pode ditar o sexo do bebê?

Da mesma forma que a posição sexual não influencia na possibilidade de a mulher ficar ou não grávida, Mariana explica que ela não tem nada a ver com o sexo do bebê. Segundo ela, muita gente indica posições e épocas específicas para quem quer ter o bebê de um sexo ou de outro, mas as chances de o embrião dar origem a um menino ou uma menina são as mesmas e não há nada que se possa fazer durante o sexo para determinar isso.

7. O líquido que sai do pênis antes da ejaculação também engravida?

Isso é algo que deixa muita gente na dúvida, principalmente os adeptos do coito interrompido como único “método contraceptivo”. Antes de ejacular, o pênis expele um líquido transparente que muita gente acredita não ser capaz de engravidar, mas Mariana discorda. “Por mais que ele tenha uma quantidade menor de espermatozoides, ele pode engravidar”, afirma.

Segundo a ginecologista, esse é um dos muitos motivos pelos quais não é seguro confiar apenas em interromper a penetração antes que haja a ejaculação para prevenir uma gravidez. Ela afirma que, além de exigir muito autocontrole (e bom senso) da parte do homem, não há como garantir que os espermatozoides só estarão presentes no momento em que ele gozar.

"Use uma camisinha"


8. O nível de excitação do casal influencia nas chances de haver fecundação?

É claro que quando as pessoas estão com a libido alta e excitadas, é provável que façam sexo com mais frequência, algo essencial para quem planeja engravidar. O fato de o casal estar com mais vontade de fazer sexo, porém, não influencia  nas chances de a gravidez acontecer. “O nível de excitação não se relaciona com a reprodução, só com o nível de prazer que você vai sentir durante a relação”, explica a ginecologista.

O que realmente ajuda

Com relação ao sexo, é importante que o casal que quer ter um filho deixe de lado os métodos contraceptivos e tenha relações sexuais frequentes. É importante também prestar atenção em outros fatores, como o estado psicológico os parceiros, a alimentação, a idade e os medicamentos que eles tomam, buscando sempre tirar as dúvidas com um especialista que pode orientá-los sobre como se preparar melhor.

De acordo com Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, a probabilidade de uma mulher sexualmente ativa engravidar em um ano sem usar qualquer tipo de contraceptivo é de 85% . Se a gravidez não ocorrer nesse período, nada de buscar dicas mirabolantes; segundo o especialista, essa é a hora de consultar um médico para avaliar melhor a situação.

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