Os nove meses de gravidez podem parecer uma eternidade para mãe, mas os quatro meses de licença maternidade passam voando. Após esse período, os pais precisam adaptar a vida à nova realidade e a mãe tem que passar pela difícil etapa de voltar ao trabalho e ficar longe do bebê. Quais são as dúvidas quando a criança nasce? Como é voltar ao trabalho depois desse período? Esse tempo é suficiente para a mãe ficar com o bebê? Descubra as resposta com história de duas mães que estão vivendo esse momento.
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Essa nova fase traz grandes mudanças, então é importante que o casal converse bastante, principalmente sobre a licença maternidade. “A partir do nascimento, muitas dúvidas, inseguranças, medos e outros sentimentos podem aparecer e um casal unido irá ajudar um ao outro a passar por essa grande fase de mudanças, conversando sobre como será, o que pode acontecer, como resolver alguns problemas”, conta o psicólogo Yuri Busin.
A radialista Bárbara Bradley Moreira é mãe da pequena Maria Clara de duas semanas, já a analista financeiro Alline Amorim dos Santos é mãe do João Lucas de quatro meses. Uma enfrenta a dúvida de como será daqui uns meses e a outra vive os primeiros dias no trabalho, após a licença.
Primeiras experiências
Desde o começo da gravidez, Bárbara já imaginava que seria um período difícil e que, depois do nascimento, o tempo seria todo dedicado ao bebê. “Eu não me planejei muito, graças a Deus, sempre soube que teria muita ajuda da minha mãe nesse período”, conta.
A mãe de Maria Clara acredita que com quatro meses o bebê ainda necessita de muitos cuidados, inclusive à noite, e isso dificulta a volta para o trabalho. “O cansaço e o fato de ainda ter que acordar mais de uma vez durante a noite são coisas que realmente fazem muita diferença para o bem estar da mãe”.
Fim do período
Enquanto Bárbara encara os primeiros desafios de ser mãe, Alline já lamenta o fim da licença maternidade . “Passou muito rápido! Os três primeiros meses são muito difíceis, é a fase em que a mãe e o bebê estão se conhecendo, no quarto mês vamos entrando na rotina e vai ficando mais calmo e justamente nesse período temos que voltar a trabalhar”, relata.
Durante a gravidez , a mãe de João Lucas visitou diversas escolas, conversou com mães que passam recentemente pela mesma situação e decidiu junto com o marido que, por enquanto, a melhor opção era deixar o filho com um parente próximo.
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Adaptação
No último final de semana da licença, a sensação foi de despedida. “Fiquei bastante com ele no colo, beijei muito meu pequeno e não olhava no relógio para não ver o tempo passar e poder aproveitar cada minuto”, lembra.
A volta ao trabalho aconteceu e o primeiro dia foi difícil. Alline conta que ficava o tempo todo pensado em como estava o bebê: “A gente é obrigada a se adaptar, nos primeiros dias não fiquei cem por cento no trabalho, mas conforme foi passando a semana fui pegando mais confiança. O que ajudou é que fui muito bem acolhida na empresa em trabalho”.
O psicólogo explica que para muitas mães ter que confiar o bebê a outra pessoa é algo muito assustador. “Busque conversar com outras mães mais experientes, isso irá deixar você mais tranquila. Visite locais e veja o que tem de bom e ruim para decidir melhor o que poderá fazer, atualmente existem milhares de opções que podem agradar as mães”, afirma.
Planos de trabalhar
Tanto Bárbara quanto Alline falam que sempre planejaram voltar a trabalhar depois da gravidez, mas acreditam que o período de quatro meses de licença é pouco. “O recomendado é amamentar até os seis meses, mas temos que voltar antes desse período. Têm países na Europa que a mãe e o pai ficam um ano de licença, o Brasil tem muito que evoluir”, expõe a analista financeiro.
Bárbara lembra que ainda hoje o risco de perder o emprego ao ficar grávida é grande e esse pode ser um motivo para muitas mulheres não cobrarem mais tempo de licença maternidade. “Eu não tenho esse medo de perder o emprego porque tenho um ótimo relacionamento com meus chefes, mas sei que é uma preocupação de muitas mulheres”, diz a radialista.
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A dica do psicólogo é sempre tentar negociar com a empresa para conseguir a ficar a maior tempo possível com o bebê. “O ideal seria passar um pouco mais de tempo com o bebê, contudo isso pode ser prejudicial a carreira da mãe e no mundo atual, esse é um lado considerável a se pensar, pois a renda do casal pode ser abalada”, alerta.
Arrumando a rotina
Como sempre soube que voltaria a trabalhar , Alline tentou levar uma rotina parecida com a de antes da licença, dormindo no mesmo horário e tentando programar o horário das mamadas. “Mesmo assim, ainda está complicado cuidar da casa, porque quando chego quero ficar com ele, mas tenho que fazer janta, lavar roupa e outras coisas. Tem dia que abro mão de tudo só fico grudada nele”, conta.
Para passar da melhor forma possível por essa transição, o psicólogo indica a começar a se planejar cerca de duas semanas antes de voltar da licença maternidade. “Tente deixar o bebê por curtos períodos de tempo e ir aumentando conforme o tempo for passando, isso ajudará na adaptação da mãe e do bebê. Tente criar uma rotina e não tenha receio de contar com a ajuda do pai da criança e de pessoas próximas”, aconselha Yuri.