Com o Dia das Crianças chegando, a busca por presentes se intensifica. A quantidade de brinquedos disponíveis é tão grande que muitas vezes alguns detalhes passam despercebidos. Por exemplo, quantas bonecas negras você já viu no mercado? Foi com esse questionamento que a ONG Avante – Educação e Mobilização Social, de Salvador (BA), realizou um estudo monitorando os principais fabricantes de brinquedos e lojas virtuais do país e constatou de apenas 3% das bonecas são negras. Para chamar a atenção para essa desigualdade, lançou a campanha “Cadê Nossa Boneca?” que logo se popularizou na internet.

Campanha “Cadê nossa boneca?” foi criada após pesquisa indicar que apenas 3% das bonecas são negras
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Campanha “Cadê nossa boneca?” foi criada após pesquisa indicar que apenas 3% das bonecas são negras


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Tanto o estudo quanto a campanha têm o objetivo de conscientizar os fabricantes, as lojas de brinquedos e a sociedade sobre a importância da criança se sentir representada através do brinquedo. Do total de 1.945 modelos de bonecas encontradas nos sites que trabalham com fabricantes de brinquedos do Brasil, apenas 131 são negras .

Analisando o fabricante

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O azul representa as bonecas brancas e o vermelho representa as bonecas negras

Para chegar a esse resultado, a ONG analisou o comércio online brasileiro e a pesquisa foi dividida em duas etapas. Primeiro foi consultado 31 das principais empresas fabricantes, sendo que desse total, somente 16 contam com bonecas negras no portfólio. 


Monitorando lojas online

Na segunda etapa, foram analisados os principais revendedores online de brinquedos: Americanas.com, Walmart.com e Ri Happy e as proporções de bonecas negras foram ainda menores. A Americanas.com apresentou a pior situação, das 3.030 bonecas à venda só 18 eram negras, o que representa 0,6%. Já no site da Ri Happy, das 632 bonecas disponíveis para venda, 17 são negras e no e-commerce do Walmart, de 835 modelos, apenas 20 não são brancas.

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“Moramos em um país em que, segundo dados do IBGE, negros e pardos representam 53,6% da população brasileira. Ainda assim, nota-se a grande prevalência de bonecas brancas nos portfólios dos fabricantes. Em média, a proporção das mesmas em relação às bonecas negras é de 95%”, afirma Ana Marcilio, coordenadora da campanha e de projetos da Avante.

A coordenadora da campanha também alerta que é importante que seja oferecido produtos que representem as crianças brasileiras. . “A representatividade na infância é algo muito importante para a formação da criança”, comenta Ana.

“Cadê nossa boneca?”

A campanha foi lançada no dia 7 de abril para gerar uma reflexão sobre padrões estéticos e representatividade na infância. Em pouco tempo, mais de 400 mil pessoas foram impactadas nas redes sociais. Essa iniciativa não tem ligação com nenhum fabricante de brinquedos e é sem fins lucrativos.

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“Mudanças sutis como esta são um grande passo na construção de uma sociedade que respeita e aceita suas diferenças raciais, contribuindo assim para que haja diminuição do preconceito, além de elevar a autoestima das crianças negras, que passarão a ver a si mesmas representadas nos brinquedos”, expõe Mylene Alves, coordenadora da campanha “Cadê nossa boneca?”.

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