Engravidar enquanto amamenta o filho pode não ser algo recomendado ou comum de se ver, mas isso não é tão raro quanto se possa imaginar.
+ Duas vezes mãe na adolescência: "Até hoje sofro preconceito"
A recomendação dos médicos é que o bebê se alimente exclusivamente de leite materno pelo menos até o sexto mês de vida. Segundo a ginecologista Paola Fasano, durante esse período, é raro que a nova mamãe ovule e, por isso, as chances de uma outra gestação são pequenas.
O cenário começa a mudar no momento que a criança passa a ingerir outros alimentos. "Quando a criança se alimenta de outras formas, a lactação diminuiu (diminuiu o volume de leite) e os níveis hormonais abaixam, permitindo que os ovários funcionem novamente", explica Paola. Com isso, há mais probabilidade de uma nova gravidez, mesmo ainda durante a amamentação.
+ Os erros mais comuns da amamentação e como evitá-los
Suely Milani foi um desses casos raros. Phelipe tinha apenas 4 meses quando ela, hoje com 54 anos, engravidou de Mirella. Ela confessa que sabia que duas gestações próximas não eram ideais: "Meu leite empedrou".
Geralmente não é necessário interromper a amamentação, mas é preciso ficar alerta. "Se a mãe apresenta risco de aborto, sangramento vaginal, cólica ao amamentar ou mamilo dolorido é preciso acompanhamento e orientação médica", diz a ginecologista.
Riscos
Apesar do pouco tempo entre uma gravidez e outra, Suely conta que as duas gestações foram tranquilas e os dois partos foram normais. "Se a primeira gestação não foi de risco, os riscos da segunda não aumentam", complementa a médica.
Você viu?
A situação muda em casos de complicações. "Se ela teve um parto prematuro, as chances de acontecer o mesmo na segunda gravidez podem aumentar", afirma Paula.
Trabalho, muito trabalho
Izabel Cristina é mais uma mãe que teve dois filhos em pouco tempo. Primeiro veio Thaís e, menos de um depois, ela já estava também com Thiago nos braços. Ela não teve problemas de saúde ou complicações nas gestações, mas teve de aprender a lidar com uma situação completamente nova dentro de casa.
"Não tinha noção do trabalho que vinha pela frente. A minha primeira filha me deu muito trabalho porque andou com 10 meses e era muito ativa. Eu não tinha tempo nem para comer. Engordei 11 kg na primeira gravidez e na segunda foram 7kg e meio, Quando o segundo nasceu eu emagreci 12 kg", detalha.
Suely também sofreu com a rotina com dois bebês praticamente com a mesma idade: "Era uma loucura pois ambos necessitavam de atenção em tempo integral. Aos poucos fui me adaptando entre troca de fraldas, mamadas, banhos, consultas ao pediatra, etc".
Intervalo entre partos
Apesar de uma gravidez na amamentação não ser prejudicial a saúde do bebê ou da mãe, é indicado esperar um pouco mais para se ter outro filho. "O ideal é que o intervalo seja de 2 anos para que o corpo volte a se reestabelecer, os níveis hormonais se normalizarem, o útero volte ao normal", fala a ginecologista.
Ou seja, a mãe deve engravidar pelo menos 1 ano e 3 meses depois do primeiro filho para que o intervalo entre um parto e outro seja o indicado pela médica.
+ Amamentação exclusiva até 6 meses influencia rendimento escolar