Dia das Bruxas: conheça a história do Halloween e as energias da data

A data foi criada com base no ritual pagão de Samhaim, que acredita que o véu que separa o mundo dos vivos e dos mortos cai

Dia das Bruxas
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Dia das Bruxas


O dia 31 de outubro é mundialmente conhecido como o  Dia das Bruxas. O feriado de  Halloween é bastante popular na Inglaterra, Irlanda e Estados Unidos, mas há alguns anos vêm conquistando adeptos das  decorações de abóboras, festas com fantasias assustadoras e crianças batendo de porta em porta com o famoso “doces ou travessuras”. Mas cada uma dessas características clássicas da data têm uma história antiga por trás.

Desde o século 18, historiadores mostram a origem no antigo festival pagão celta, o Samhaim (que significa “o fim do verão”). Eram realizadas fogueiras para queimar o joio e celebrar o fim da colheita. Entretanto, com a evolução do cristianismo como religião, diversos hábitos foram incorporados na tentativa de conquistar novos fieis. A data de finados, tão próxima à festa, também tem seu motivo: os celtas acreditavam que no período do Samhaim, o véu que separa o mundo dos vivos e dos mortos cai, e os dois se misturam.

A frase “doces ou travessuras”, por exemplo, nasceu do fato que as pessoas deixavam doces, leite e comida na porta da casa como forma de oferenda para que os espíritos não entrassem em suas casas. Quem não deixava e decidia contar com a própria sorte, podia receber travessuras. As fantasias, aliás, eram formas de despistar ou enganar os maus espíritos - mas originalmente eram peles e cabeças de animais, ao invés de fantasmas, esqueletos e Jasons.

A praticante de bruxaria natural e fitoterapeuta Clélia Oliveira conta que as famosas lanternas de abóboras - também chamadas de Jack O'Lantern - em frente às casas têm a função de afastar os maus espíritos e visitas indesejadas. Como no Brasil é calor, o ideal é confeccionar a sua um dia antes do Halloween.

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Roda do Norte, Roda do Sul

A bruxa também conta que ainda que o Dia das Bruxas remeta ao Samhaim, os celtas dividiam seus festivais de acordo com os ciclos da natureza - e chamavam isso de Roda do Ano. Com a diferença entre os hemisférios, pessoas que escolhem seguir o caminho da bruxaria no hemisfério sul não precisam, necessariamente, seguir celebrações que marcam o fim do verão quando a estação está prestes a começar - como é o caso deste feriado.

Quem quer seguir a Roda do Sul, o festival que acontece este final de semana é o de Beltane. "Ele é a celebração do fogo da divindade masculina, feminina e esse encontro entre as duas polaridades, duas potências. Esse fogo é o que vai trazer a vitalidade para esse momento presente, trazer a energia de ação, de vida, de construir projetos. Este é o momento de fecundar sementes, crianças - o festival tem uma energia sexual muito forte por isso também", ensina Clélia.

Energias

Para quem segue a Roda do Norte e vai celebrar o Samhaim, este é um momento de recolhimento e pausar os trabalhos para refletir. "É um momento de autoconhecimento e mergulho nas próprias sombras para poder entender, ressignificar e transformar aquilo que não estava bom ou não tão adequado, e melhorar para as próximas estações", explica a fitoterapeuta. Ela complementa contando que todos os tipos de pinheiro - como o cedro - e a pinha são elementos desta festividade.

As cores símbolos do Samhaim são o preto (que simboliza este momento de pausa e mergulho na escuridão) e o laranja. Em simbologias, Clélia fala que os anciões representam este período, considerados sábios pela maturidade e experiências, e também mais próximos da morte - "como transformação", frisa. Os alimentos e bebidas para consumir e ofertar aos deuses e deusas são: beterraba, nabo, vinho, gengibre, cidra, carnes. As pedras são a ônix, turmalina negra, obsidiana, jaspe vermelha (cristais mais terrosos e escuros têm poder de limpeza).

Ervas e frutos para Samhaim

A fitoterapeuta e seguidora da bruxaria natural conta que através das plantas também é possível acessar portais e se conectar com a energia do momento presente: noz moscada, sálvia, menta, mirra, alecrim, artemísia, patchouli, mandrágora, maçã, abóbora, romã, louro, calêndula e musgo.