A influenciadora Cintia Chagas contou com detalhes sobre o fim do casamento com o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) e relembrou episódios de agressões e ameaças. A empresária afirmou que teme pela vida após ter levado o caso às autoridades por meio da Lei Maria da Penha.
O que aconteceu?
Cintia Chagas chamou atenção nas redes sociais, onde coleciona milhões de seguidores, ao anunciar o fim do relacionamento com o deputado Lucas Bove. O casal havia se casado em maio deste ano, em uma cerimônia intimista na Itália, mas já namoravam desde 2022.
Logo após o término, surgiram boatos de que Cintia teria sofrido agressões e abusos por parte do ex-companheiro. Em entrevista à Marie Claire, a influenciadora diz temer pela vida e detalha qual foi o estopim para sair da rotina de violência.
"Tudo que vivi com ele e pela forma como ele conduziu nossa relação [me faz temer pela vida]. Ele tem uma arma e, conforme ele mesmo falou, perderia apenas o sonho dele na política caso as pessoas soubessem o que ele fez comigo. Já eu perderia tudo. Não sei exatamente o que é esse 'tudo', mas tenho medo da intempestividade dele. Desde que o B.O. vazou, ando em carro blindado, acompanhada por seguranças", lamentou.
A influenciadora diz que tomou a decisão de terminar o relacionamento após ser expulsa de casa em uma noite marcada por ameaças e insultos.
"O que fez com que a relação acabasse foi o fato de ele ter me expulsado de um casamento ao qual fomos em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Eu não quis parar meu jantar para fazer uma fotografia com ele [e com Michelle e Jair Bolsonaro]. Depois ele quis que eu voltasse, eu recusei, e ele veio correndo, tentando achar o carro na rodovia. Quando ele chegou à nossa casa, em São Paulo, em um intervalo mínimo de tempo, ele quis que eu voltasse com ele para Ribeirão Preto. Falei que não. Ele disse que eu havia feito ele passar uma grande vergonha, então veio para me dar um soco e falou: 'Você só não apanha porque você tem 6 milhões de seguidores. Se não, eu estaria te chutando no chão agora'. Foi quando acabou para mim. Como se não bastasse, ele ainda me expulsou de um apartamento que era nosso".
Chagas revela que o comportamento agressivo era recorrente e que já havia sido expulsa outras vezes, especialmente do carro. "Já aconteceu de ele me mandar descer no meio da rua, eu me recusar, ele puxar minha orelha com a mão direita e gritar aqui dentro [aponta para o ouvido]... Continuando, ele jogou uma garrafa d’água em mim, bateu cinza de cigarro em uma bolsa, falou que se eu ficasse no apartamento eu não conseguiria dormir e ameaçou queimar minhas roupas. Se eu continuasse com ele, o risco era virar mais uma vítima de feminicídio, então saí de casa".
No B.O registrado, Cintia relata a vez que foi atacada pelo então marido com uma faca. Na ocasião, o deputado estadual do PL debochou sobre a hipótese de Cintia o denunciar pela Lei Maria da Penha. "Foi no meio de uma discussão. Estávamos à mesa jantando e brigamos. Não lembro o motivo, nunca ficamos mais do que 4 dias sem uma briga. Devo ter dado uma má resposta, levantei-me e fui até a geladeira. Da mesa, ele arremessou a faca na minha direção, bateu na minha perna e comecei a sangrar. Eu disse: 'Olha o que você fez. Isso é violência, é agressão'. E ele respondeu: 'Que bonitinha. Você vai me denunciar na Lei Maria da Penha, vai? Eu sou um deputado, meu amor. Acabo com você na hora em que eu quiser. Você será a louca. Experimente me enfrentar'".
Em prints vazados, Cintia queixa-se a Lucas Bove e pede para ele parar de lhe dar beliscões. Na entrevista, a empresária revela que o comportamento era um 'vício' do deputado, que repetia a agressão frequentemente sob justificativa de prazer. O político só largava a pele depois que a mulher chorasse ou gritasse.
"O primeiro apertão que ele me deu foi, sim [em contexto de intimidade], é verdade. Depois que aconteceu, eu mandei para ele a foto do meu braço, nós conversamos e falei que não queria ter relacionamentos íntimos desse tipo. Sou uma pessoa pública, não posso aparecer cheia de roxos. E também não me agrada. Depois disso, ele passou a apertar as minhas pernas, dizendo que 'na perna ninguém vê'. O que mais me chama atenção é que esses apertões ocorriam depois das brigas, quando ficávamos bem. Ocorriam enquanto ele estava dirigindo e me apertava com muita, mas muita força, e enquanto eu não gritasse ou chorasse, ele não parava. Houve vezes em que reagi instantaneamente – uma vez ele apertou e eu dei um chute. Ele falava que eu não sabia brincar, que apelava muito facilmente. 'É que você é muito gostosa.' 'É que eu estou viciado nisso.' Foram meses assim, até que mandei aquele vídeo pedindo para ele parar e ele disse: 'Você tem razão, eu passei do ponto'. Ele assumiu que exagerou, mas passou a apertar o meu peito. É vergonhoso falar isso, mas ele chegou a fazer isso na frente das pessoas. Realmente não tinha conotação sexual. Ele tinha isso como uma brincadeira, mas de mau gosto. E quanto mais eu crescia profissionalmente, mais essas 'brincadeiras' aumentavam".
A empresária revela que insistiu na relação, pois acreditava na mudança do deputado estadual. "Disse para mim mesma que ele não era assim, que ele era aquele príncipe que conheci. O que estava acontecendo era só porque ele saiu de si. Damos justificativas para absolutamente tudo, o tempo todo, e nos tornamos permissivas com essas violências, assim como no filme. As pessoas questionam por que eu fiquei com ele por mais de dois anos. É como se fosse uma droga. Queria que ele voltasse a ser aquele homem que se ajoelhou na minha frente, e tentava me convencer e convencer meus amigos e minha família – os poucos que sabiam – de que o que eu vivia era uma fase".