A atriz Claudia Campolina lançou uma sátira da clássica revista Playboy. Em tom bem-humorado e cheio de sarcasmo, ela faz uma crítica aos padrões da publicação lançada na década de 1950 e ao patriarcado em si. Batizada de "Playsis", a criação ironiza o homem ao colocá-lo como objeto, enquanto as mulheres aparecem em posições de poder — é como se os papéis fossem invertidos. A artista conta, em entrevista ao iG , que se inspirou a criar essa sática após assistir a um documentário sobre a vida do fundador da Playboy, Hugh Hefner.
"A Playboy é conhecida por matérias históricas. Ela entrevistou grandes personalidades, ela falava de coisas sérias, ela tocou em temas polêmicos, como aborto, direitos civis americanos, racismo, machismo, feminismo. Entrevistou muita gente importante, e isso fazia com que a revista fosse uma coisa tipo assim: 'Eu vejo mulher pelada, mas eu também tenho aqui coisas de qualidade', e de fato, tinha. Mas, para mim, por trás disso tudo, tinha uma mensagem, que era: 'O homem quer o poder, e o poder tem a ver com ter uma mulher e saber tudo o que tem de importante no mundo'", diz Claudia.
"Então, ele é bem informado sobre política, sobre cultura, sobre literatura, sobre o que está acontecendo no mundo, enquanto as revistas femininas estavam entregando como as mulheres deveriam ser, o que elas tinham que fazer para conquistar um homem, quais roupas elas deveriam vestir, como se tornarem mais atraentes. As revistas femininas estavam nesse lugar que não possibilitava que as mulheres explorassem essas áreas de poder que a Playboy tocava tão bem", avalia ela.
Criadora da websérie "Mundo Invertido", Claudia Campolina agora aposta em um conteúdo exclusivo para assinantes, com a Playsis. Pelo valor de R$ 4,90 mensais, o público poderá acompanhar entrevistas fictícias e também papos reais repletos de ironia e deboche. A primeira edição da revista foi publicada em setembro deste ano.
"Existia essa separação de gênero que colocava o homem como o poderoso e a mulher como uma recompensa desse poderoso. Então, eu quis trazer essa inversão para criticar isso. Eu crio um perfil fictício, parecido com o que a gente via, objetificando os caras, mas também falo de literatura, da história do patriarcado, do lugar da mulher na sociedade, do que a gente precisa fazer, de como a gente precisa conquistar espaços para que a gente altere a ordem das coisas. Eu coloco a mulher em posição de poder, em posição de uma mulher que se interessa pelas causas do mundo, e não só por coisas como maquiagem, cabelo, roupas e como conquistar um homem em primeiro plano".
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