Na segunda-feira (22), após um mês do nascimento da filha, Lua, a influenciadora publicou um resumo dos primeiros 30 dias. A ex-BBB confessou que sentiu muita culpa e medo de ser uma mãe ruim.
Segundo a influenciadora, os primeiros 15 dias foram desesperadores e desafiadores. "Em alguns momentos, nos primeiros 15 dias, eu parei e pensei: 'Meu Deus, acho que não nasci pra ser mãe'", revelou. "O amor pelo bebê é enorme. Veio um sentimento de luta pela vida, você não vai mais ser sozinha, você tem alguém que depende de você”.
Marília Scabora, psicóloga obstétrica e fundadora da Comunidade Tribo Mãe, diz que é fundamental trabalhar o aspecto psicológico da mulher durante a gravidez e de manter esse cuidado após o parto para garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. A gravidez é uma fase de grandes mudanças físicas, hormonais e emocionais na vida de uma mulher, e é essencial reconhecer e cuidar dos aspectos psicológicos envolvidos nesse processo e que é único para cada mulher.
"Durante a gravidez, as mulheres podem experimentar uma ampla gama de emoções, incluindo alegria, ansiedade, medo, estresse e tristeza. O cuidado com o aspecto psicológico é importante porque o estado emocional da mãe afeta a qualidade de vida dela, como ela vive essa experiência e pode afetar diretamente o desenvolvimento do bebê. Estudos mostram que altos níveis de estresse e ansiedade na mãe durante a gestação podem estar associados a complicações obstétricas, partos prematuros, baixo peso ao nascer e até mesmo problemas de desenvolvimento na criança", diz a especialista.
Além disso, trabalhar o psicológico da mulher durante a gravidez pode ajudar a promover um vínculo saudável entre mãe e bebê. "O período gestacional é uma oportunidade para a mãe estabelecer uma conexão emocional com o feto em desenvolvimento, o que pode influenciar positivamente o relacionamento mãe-filho após o nascimento. Cuidar do bem-estar emocional da mulher durante a gravidez pode contribuir para uma transição mais suave para a maternidade e fortalecer a capacidade da mãe de cuidar do seu filho. E, novamente, esse processo é único para cada mulher, viver essa fase com menos ou mais dificuldade de adaptação, não faz de ninguém menos ou mais mãe. Dependendo do estilo de vida que essa mulher leva antes de se tornar mãe, mais ou menos adaptações a vida dela terá que passar para comportar os novos cuidados e responsabilidades que uma criança trás e é importante que a mulher se sinta acolhida nas suas necessidades específicas."
Após o parto, o cuidado com o aspecto psicológico continua sendo crucial. A chegada de um bebê traz consigo uma série de desafios e ajustes na vida da mãe, incluindo mudanças nos padrões de sono, alterações hormonais, demandas físicas e emocionais do cuidado com o recém-nascido, entre outros fatores. Esse período pós-parto, conhecido como puerpério, pode ser emocionalmente intenso e desafiador para muitas mulheres.
"Investir no cuidado psicológico nesse momento ajuda a mulher a lidar com as mudanças, a enfrentar possíveis sintomas de depressão pós-parto, a promover uma recuperação física e emocional mais rápida, traçar diferentes estratégias de adaptação que leve em consideração o estilo de vida que faz mais sentido para ela e a fortalecer os laços familiares. O apoio psicológico adequado pode proporcionar um ambiente favorável para o desenvolvimento saudável do bebê, pois uma mãe emocionalmente estável e bem-cuidada é capaz de oferecer uma interação afetiva e atenciosa com seu filho", diz Marília .
Existem várias formas de trabalhar o aspecto psicológico durante a gravidez e após o parto. O suporte emocional por meio de terapia individual, em grupo ou com o parceiro pode ser benéfico. Além disso, a educação sobre os aspectos emocionais da gravidez e da maternidade, o estabelecimento de uma rede de apoio social e a prática de técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração e meditação, podem ser recursos úteis para promover o bem-estar psicológico da mulher nesse período.
"Em resumo, trabalhar o aspecto psicológico da mulher durante a gravidez e após o parto é de extrema importância para garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. Isso envolve reconhecer e cuidar das emoções e dos desafios que surgem nessa fase, e que é diferente para cada mulher, promovendo um ambiente emocionalmente saudável. Muitas mulheres se tornam mães, sem antes terem passado por um processo de terapia, seja para cuidar de traumas passados ou para autoconhecimento, então muito desse conteúdo reprimido acaba aflorando nesse momento de vulnerabilidade psíquica. Ter um acompanhamento profissional especializado, irá auxiliar essa mulher a cuidar de si, ressignificar sua própria história e curar essas feridas que reaparecem", recomenda.
Ao investir no cuidado psicológico, é possível reduzir os níveis de estresse e ansiedade da gestante, prevenir complicações obstétricas, fortalecer o vínculo entre mãe e bebê e facilitar a transição para a maternidade. Além disso, o cuidado contínuo após o parto ajuda a mãe a enfrentar os desafios da maternidade que mudam com frequência conforme o bebê vai crescendo, é um processo trabalhoso, que exige muita criatividade, conhecimento e resiliência e que pode ser vivido com muito mais leveza quando se tem um acompanhamento especializado.
É importante ressaltar que cada mulher tem experiências únicas e pode enfrentar desafios psicológicos diferentes durante a gravidez e a maternidade. Portanto, é essencial que haja um ambiente de apoio adequado, com profissionais de saúde, familiares e amigos capacitados a oferecer suporte emocional, compreensão e empatia.
"Em última análise, quando a mulher recebe o cuidado psicológico necessário durante a gravidez e após o parto, ela tem maior probabilidade de vivenciar essa fase de forma mais saudável e gratificante, o que contribui para o seu bem-estar geral e para o desenvolvimento saudável do bebê", finaliza Marília.