Levantamentos recentes, feitos por órgãos como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai, revelam que as mulheres brasileiras têm apresentado um interesse cada vez maior por profissões ligadas à Indústria de Base nacional. Nos últimos 5 anos, por exemplo, o número de matrículas feitas por mulheres no Senai cresceu mais de 35%. Além disso, o número de mulheres em cursos de graduação relacionados ao setor industrial cresceu cerca de 140% entre os anos de 2017 a 2021, segundo o Senai.
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De acordo com Valdomiro Roman da Silva, Diretor de Operações da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM, esses números têm sido notados pelo mercado industrial brasileiro, em especial nas iniciativas pertencentes à Indústria de Base, cujas empresas buscam adotar cada vez mais ações de governança alinhadas com os princípios do ESG, promovendo a equidade de gênero e incentivando a presença feminina em cargos de liderança.
“Nós da ABM, que contamos com mais de 50 das empresas da cadeia da Indústria de Base nacional como nossas associadas, temos observado de perto o fato de que, nos últimos anos, o mercado de trabalho industrial tem se tornado cada vez mais plural, principalmente quando falamos de mulheres em posições importantes. Apesar de não ser maioria, a presença feminina nas áreas de metalurgia, mineração e materiais tem crescido de forma significativa, o que se reflete na ABM, onde a participação delas é marcante”, ressalta Valdomiro.
Conforme aponta o Diretor de Operações da ABM, a presença feminina na Indústria de Base tem se intensificado nos últimos anos e casos de mulheres em posição de destaque nesse setor têm inspirado milhares de estudantes e profissionais ao redor do Brasil. Confira alguns deles:
Iêda Maria Vieira Caminha
Engenheira metalúrgica com mais de 30 anos de carreira, Iêda Caminha é, desde 2020, a diretora do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), além de ser representante dos associados no Conselho de Administração da ABM, onde exerce também a função de Diretora da Regional Rio de Janeiro, tendo sido homenageada em 2018 com a Medalha de Mérito, honraria máxima da associação. Inserida na Indústria de Base pelo amor à área, desenvolvido ainda no ensino técnico em Química Industrial (Escola Técnica Federal do Amazonas), Iêda se tornou pesquisadora do INT em 1987 atuando com ênfase em metalurgia física e caracterização de materiais metálicos. Hoje, a profissional é doutora na área metalúrgica e já realizou, ao todo, 43 cursos de extensão; 114 participações em congressos nacionais e internacionais; mais de 100 contribuições técnicas (20 artigos em revistas indexadas, 87 artigos em anais de congressos) e três capítulos de livros.
Leila Kauffmann
Com uma carreira desenvolvida em empresas multinacionais ocupando posições de liderança com foco em desenvolvimento de pessoas, gestão de contratos, gerenciamento de projetos, obras civis, manutenção e operação de plantas, Leila Kauffmann é hoje Gerente de Coprodutos da ArcelorMittal Brasil e coordena a Comissão Técnica ‘Economia Circular e Gestão Integrada’ da ABM, órgão pioneiro no debate sobre ações de sustentabilidade junto à Indústria de Base brasileira. Leila é Engenheira Civil, mestre em Engenharia e Tecnologia Ambiental, e há mais de 15 anos atua junto a iniciativas inovadoras, desenvolvendo projetos e liderando equipes para otimizar os resultados de indústrias que estão entre as maiores do país.
Lindaura de Souza Candido Davila
Mestre em Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas, com mais de dez anos de carreira, Lindaura d'Avila é hoje a Coordenadora Técnica Industrial da Vale, empresa em que atua no aumento da produtividade por meio de processos inovadores que envolvem planejamento de curto, médio e longo prazo, e análise de investimentos. Especialista no processo de sinterização de minérios, Lindaura é também Vice Coordenadora da Comissão Técnica ‘Redução e Aglomeração de Minérios’ da ABM, órgão responsável pelo debate sobre fenômenos essenciais à Indústria de Base do Brasil, em especial no setor de mineração e siderurgia.
Rita Virgínia Gabriel da Silva
Com mais de 40 anos de carreira como engenheira de Minas e tendo atuado nas maiores indústrias de mineração do Brasil, Rita Virgínia Gabriel da Silva é hoje sócia diretora da Pilare, onde presta consultoria na área de Tecnologia Mineral e Pelotização para diferentes empresas, além de desempenhar a função de Vice Coordenadora da Comissão Técnica ‘Mineração’ da ABM. Rita está entre as autoridades no tema da Mineração do Brasil e liderou diversos projetos de implantação e otimização de produção.
Vânia Lúcia de Lima Andrade
Mestre em Metalurgia Extrativa e com uma trajetória de quase 50 anos no setor, Vânia Lúcia de Lima Andrade é consultora independente requisitada por dezenas de empresas brasileiras quando o assunto é Mineração e Práticas ESG. Com um longo currículo envolvendo minérios, tecnologia e sustentabilidade, Vânia Andrade coordena a Comissão Técnica ‘Mineração’ da ABM, onde participa do Conselho de Administração como representante dos associados, tendo sido agraciada com a Medalha de Mérito em 2020, ano em que também foi eleita Personalidade do ano em Tecnologia Mineral pela Revista Brasil Mineral. Vânia está entre as autoridades do país em Mineração, tendo escrito livros técnicos sobre o tema, e contribui para o empoderamento de outras mulheres no setor, sendo membro do Women in Mining do Brasil - WIN, desde a sua fundação.
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