Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cinco milhões de mortes poderiam ser evitadas com a prática de atividades físicas a cada ano
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cinco milhões de mortes poderiam ser evitadas com a prática de atividades físicas a cada ano

Praticar exercícios físicos é essencial para a saúde física e mental do ser humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa adulta deve realizar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana para manter o corpo saudável.

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A prática regular de exercícios é um fator determinante para a manutenção da qualidade de vida de pessoas adultas, e ainda mais importante para pessoas na terceira idade, faixa etária formada por indivíduos com 60 anos ou mais. 

A terceira idade

A população idosa está em constante crescimento no país. A melhoria na qualidade de vida impulsionou a expectativa de vida desse público, que cresceu em 39,8% nos últimos 10 anos: em 2021, a  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) registrou 31,23 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivendo no país.

No entanto, por mais que a terceira idade represente 14,9% da população, ela ainda não está totalmente representada nos ambientes de atividade física: uma pesquisa do Centro Universitário Internacional Uninter realizada com duas mil pessoas que praticam musculação revelou que apenas 8,5% possuem 60 anos ou mais.

Seja na academia, no pilates ou ao ar livre, o exercício físico é indispensável. “Estamos tratando de uma ferramenta capaz de conduzir a um envelhecimento saudável e funcional retardando alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade”, explica Amanda Costa, educadora física e idealizadora da ONG Instituto Sempre Movimento (ISM). “O exercício físico é fundamental para os idosos.”

O avanço da idade traz mudanças constantes, como o enfraquecimento dos ossos e da massa muscular, a incontinência urinária e o enrijecimento dos vasos sanguíneos. Como atestado por Amanda, elas são irreversíveis, mas podem ser retardadas com uma vida saudável. 

A prática regular de exercícios, portanto, contribui para a melhora da força, ganho de massa muscular, equilíbrio, condicionamento físico e a manutenção do peso. “[Esses benefícios] proporcionam maior independência ao indivíduo idoso”, explica Pedro Senger, profissional de educação física e especialista em Fisiologia do Exercício pelo Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício e Treinamento - CEFIT. 

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"O sedentarismo associado ao envelhecimento leva à perda de massa muscular, acelera o desenvolvimento de comorbidade", explica Amanda Costa

Pedro também menciona outras vantagens, como o aumento na saúde do coração como o controle da pressão arterial, regulação da glicemia, diminuição das gorduras no sangue (triglicérides) e aumento do colesterol bom (HDL-C). “O exercício também pode prevenir o aparecimento da osteoporose e retardar o aparecimento de diversos tipos de cânceres”, revela.

“Outros benefícios são controle da glicemia e pressão arterial, contribui para minimizar doenças neurológicas, como Alzheimer e transtornos de humor como depressão, além de prevenção e/ou tratamento de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNt), como hipertensão, diabetes e doenças respiratórias”, aponta a personal Amanda.

Para os profissionais, a melhoria da mobilidade é um dos fatores mais significativos da atividade física na terceira idade. De acordo com o Ministério da Saúde, 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano, acontecimento que pode chegar a ser fatal em alguns casos. “Esses benefícios estão atrelados à diminuição do risco de queda. As atividades físicas mantêm e melhoram a densidade mineral óssea, impactando diretamente na osteoporose, isso porque o fortalecimento do osso gera menor propensão à fratura”, declara a especialista.

Com o fortalecimento dos músculos, as pessoas idosas também ganham mais independência. Com o revigoramento da capacidade funcional do corpo, esse público consegue realizar mais atividades sem a necessidade de ajuda, como levantar de uma cadeira, subir escadas ou alcançar algum objeto alto em uma estante, por exemplo.

Os exercícios também são significativos na redução de sintomas de problemas exclusivos do sexo feminino, como a menopausa. Longas caminhadas e musculação podem reduzir dores e aliviar os sintomas desses processos biológicos.

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"A academia é um ambiente para todos, os benefícios estão aí para quem quiser aproveitar", recomenda Pedro

Além da saúde física, a saúde mental também é prestigiada pela atividade física. As mudanças psicológicas e as perdas cognitivas trazidas pela chegada da terceira idade podem levar a problemas psicológicos, como ansiedade, estresse e depressão. No entanto, os exercícios podem ser aliados no combate e prevenção dessas doenças.

Os especialistas reiteram que a recomendação mais importante é a consulta com um profissional da saúde e da educação física para entender o melhor caminho a ser seguido. “A escolha dos exercícios deve valorizar, acima de tudo, as preferências pessoais e possibilidades do idoso, conforme orientação profissional”, diz a personal.

Quando perguntada sobre o conselho para idosos que ainda não praticam atividade física, Amanda afirma que é necessário entender que treinar é um ato de se movimentar. “É muito importante estar em movimento na academia ou mesmo em casa. Procure caminhar um quarteirão a mais para comprar o pão. Esse é o treino que lhe trará mais vitalidade. Eu também recomendo convidar os amigos ou vizinhos. O ambiente social melhora a retenção e aumenta a chance de engajamento a longo prazo”, finaliza a profissional.


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