Ganhadora do prêmio "Rise and Raise Others" (Uma Sobe e Puxa Outras, em tradução livre), da categoria Educação de Qualidade, da ONU Mulheres, na última quarta-feira (26), Carmela Borst, é dona de uma carreira de prestígio no mundo da tecnologia. Atualmente, ela é presidente e idealizadora do projeto SoulCode Academy , que tem como objetivo ajudar pessoas a se inserirem no mercado de trabalho, por meio da educação digital.
Em entrevista ao iG Delas, Carmela Borst fala de como se sentiu ao ser indicada ao prêmio, juntamente com mais três brasileiras, e a sua motivação para criar o SoulCode Academy.
IG DELAS: Como você recebeu a notícia que está concorrendo a um prêmio na ONU mulheres? O que esta indicação representa para você?
Carmela Borst: É uma grande honra ter sido indicada para o prêmio das Nações Unidas, representando o nosso país. Ainda mais junto com mais três brasileiras, que certamente têm feito uma grande diferença para outras mulheres.
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Obviamente a causa da mulher é a minha causa. Eu sou uma mulher que vem do universo da tecnologia, que é tão pouco explorado pelas mulheres e com tão poucas oportunidades. Eu não tenho dúvidas de que esta indicação tem a ver com que tenho feito ao longo da vida e com o resultado, não só meu, mas de todas as indicadas. O nome disso é legado. É um grande prazer estar participando e ter sido indicada para esta premiação.
IG DELAS: Como você enxerga a importância da educação? E para você, que está em um ambiente profissional dominado por homens, qual é a importância de toda uma nova geração ver pessoas como você em uma posição de destaque?
Carmela Borst: O conhecimento abre portas para levar oportunidades como a educação tecnológica para a diversidade, em seu sentido mais amplo. Vejo isso como uma oportunidade de amplificar a minha voz para todas as mulheres, para que as pessoas entendam, definitivamente, que o lugar da mulher é onde ela quiser.
IG DELAS: Por que você decidiu idealizar o projeto SoulCode Academy?
Carmela Borst: Existem milhares de oportunidades, mas para isso, a gente precisa trabalhar essa cauda longa, que é começar com o letramento digital e fazer com que os vulneráveis sociais possam ter a oportunidade de aprender uma profissão. É ela que vai levá-los a uma transformação de renda e a uma transformação social.
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Hoje, temos pessoas que já se formaram, mas que, por não serem digitalmente letradas, acabam sem emprego. É importante olharmos para o universo da tecnologia, que é de tamanha potência e pode atravessar barreiras como a da pobreza. Nas favelas, onde existem milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade, existe um enorme potencial de mudança social, através da educação.