Simone Biles e saúde mental: 9 filmes para saber mais sobre o tema

Ginasta deixou a competição nas Olimpíadas de Tóquio para cuidar de sua saúde mental; conheça alguns filmes que falam sobre o assunto por diferentes pontos de vista

Foto: Lance!
A desistência de Simone Biles nas Olimpíadas de Tóquio reabriu debate sobre saúde mental



Na última semana, a atleta estadunidense Simone Biles desistiu de disputar a final individual geral da ginástica, nas Olimpíadas de Tóquio . O motivo, de acordo com a própria atleta, é de que ela precisava cuidar de sua saúde mental. 

"Assim que eu piso no tablado somos só eu e minha cabeça lidando com demônios. Tenho que fazer o que é certo para mim e me concentrar na minha saúde mental e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar. Há vida além da ginástica", afirmou a atleta sobre a decisão.


A decisão de Biles fez com que o debate sobre saúde mental e pressões psicológicas voltasse à tona. Para te ajudar a entender melhor diversos pontos sobre o assunto e a compreender de que forma Biles pode estar se sentindo nesse momento, separamos 9 filmes que falam sobre saúde mental a partir de diversos pontos de vista.

1- Meu Pai

Foto: Reprodução
Em 'Meu Pai', se aprende tanto sobre o avanço do Alzheimer como o sofrimento de pessoas ao redor


“Meu Pai” foi indicado a seis Oscars e Anthony Hopkins venceu na categoria de Melhor Ator, tornando-se o ator mais velho a receber um Oscar . A honraria não foi à toa, já que o ator interpreta brilhantemente um personagem, Anthony, que está cada vez mais adoecido pelo Alzheimer.

Dirigido por Florian Zeller, o filme coloca quem está assistindo em contato direto com a confusão mental sentida pelo protagonista, criando um verdadeiro exercício de se colocar no lugar de uma pessoa que está perdendo as noções sobre tempo, espaço, memória e realidade. Além da vida de Anthony, o longa explora as decisões difíceis que precisam ser tomadas por Anne (Olivia Colman), em prol da saúde e bem-estar de seu pai.

2- A Mulher na Janela

Foto: Divulgação/Netflix
A agorafobia é abordada em 'A Mulher na Janela'


Estrelado por Amy Adams, “A Mulher na Janela” aborda a agorafobia , um traço do transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa tenha medo de situações normais do cotidiano e, com isso, se isole dentro de sua casa. Os sintomas vão desde desmaios e respiração ofegante até medo de morrer e preocupação intensa.

O filme usa a agorafobia como instigador do enredo da história: Anna (Adams) é uma psicóloga infantil que não sai de casa após passar por um trauma. Pela janela de casa, ela vê um assassinato. A direção da história usa de artifícios para ilustrar o cotidiano destas pessoas e para fazer o público entender os sentimentos de uma crise agorafóbica.

3- Cisne Negro

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'Cisne Negro' aborda o perfeccionismo intenso e os efeitos das pressões psicológicas


“Cisne Negro” aborda questões que são muito comumente sentidas por atletas, como no caso de Biles: as pressões externas e internas para atingir a perfeição. No filme, Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que vai protagonizar uma montagem de “O Lago dos Cisnes” e lida o tempo todo com pressões por parte da mãe e de seu treinador.

Ao ficar obcecada pelo papel, Nina começa a ter paranóias em relação a pessoas ao seu redor e pensa que seu trabalho está sendo ameaçado. Então, ela começa a viver momentos de despersonalização, esquecimento e chega até o extremo para si mesma e para os que estão ao seu redor. Tudo isso em prol da necessidade de executar a dança de maneira perfeita.

4- Inside: Bo Burnham

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O especial musical de comédia 'Inside: Bo Burnham' faz comentários hilários, mas também muito sérios, sobre depressão, ansiedade e crise de pânico; pandemia e contextos atuais também são explorados


“Inside” é um especial de comédia musical feito na pandemia pelo comediante e ator Bo Burnham, que fez tudo sozinho dentro de um quarto por mais de um ano. Nele, o ator aborda de forma bem intimista (e muito hilária) a sua relação com a saúde mental acerca de diversos assuntos, desde privilégio branco e crises humanitárias até a própria pandemia em si.

Em 2016, o ator realmente deixou de se apresentar ao vivo porque começou a ter crises de pânico no palco. Em “Inside”, ele fala, mesmo que nas entrelinhas das piadas, sobre como é o dia a dia de uma pessoa que vive com depressão e ansiedade, além de zoar mães que não sabem fazer chamada de vídeo, sexo à distância (o sexting) e masculinidade. As canções, que ele mesmo produziu, grudam na cabeça e se tornam uma atração à parte.

5- Garota, Interrompida

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'Garota, Interrompida' aborda o dia a dia de mulheres em um hospital psiquiátrico e a luta diária de diversas pacientes


Baseado em uma história real, “Garota, Interrompida” se passa na década de 1960, quando a escritora Susanna Kaysen (Winona Ryder) é internada em um hospital psiquiátrico após tentar suicídio. Lá, ela é diagnosticada com Síndrome de Borderline, que mescla sintomas de bipolaridade, ansiedade, depressão e demonstra muita impulsividade.


O filme retrata o dia a dia de Susanna, o tratamento que recebe na instituição e explora outros tipos de transtornos por outras personagens. A sociopatia é abordada por Lisa Rowe (Angelina Jolie), que está sempre planejando fugas e desdenhando da instituição.

Alguns elementos manicomiais podem até ter ficado datados, mas o longa acerta ao abordar a jornada de aceitação de Susanna quanto ao seu diagnóstico e a maneira como ela passa a zelar por sua saúde mental.

6- O Que Ficou Para Trás

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'O Que Ficou Para Trás' usa o terror para explorar a saúde mental de pessoas refugiadas


Este filme de terror narra a saúde mental a partir do ponto de vista de refugiados que acabaram de chegar à Inglaterra do Sudão do Sul. O casal Rial (Wunmi Mosaku) e Bol (Sope Dirisu) fugiu do país natal devido a conflitos e guerras locais. Eles são instalados em uma casa do governo que logo passa a receber eventos e visitas paranormais.

Os elementos usados no filme falam sobre as cicatrizes da guerra e traumas psicológicos de pessoas refugiadas, principalmente a culpa e a perda. Por outro lado, o filme também é eficaz ao abordar o racismo e xenofobia com que são recebidos neste novo país que devem chamar de “lar”.

7- As Vantagens De Ser Invisível

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'As Vantagens de Ser Invisível' usa o protagonista para explorar a depressão do ponto de vista intimista de quem está deprimido


“As Vantagens De Ser Invisível” apresenta um sensível retrato de um jovem diagnosticado com depressão que acaba de sair de uma instituição psiquiátrica e retoma sua rotina escolar no subúrbio norte-americano, em 1992.

Sem amigos, introspectivo e socialmente desconfortável, Charlie (Logan Lerman) acaba fazendo amizade com dois irmãos, Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra Miller).

O filme, que é adaptação de um livro de mesmo nome, possui trechos narrados como se fosse uma carta que Charlie escreve a um amigo. A partir dela, o personagem conta de maneira pessoal e muito profunda sobre seus sentimentos intensos, sejam felizes ou tristes, até que se entenda todos os traumas que desencadearam aqueles sofrimentos.

8- Divertida Mente

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De forma lúdica e para todas as idades, 'Divertida Mente' explora a depressão sem tabus


Um dos filmes mais queridos da Disney Pixar, “Divertida Mente” consegue falar de maneira lúdica e bastante poética sobre a depressão e saúde mental. Tudo começa quando Riley, uma menina de 11 anos, muda de cidade e fica bastante abalada pelas mudanças ao seu redor. Isso faz com que ela comece a perder interesse por suas atividades no dia a dia, fique mais irritada e, de repente, fique em um estado de apatia.

Esse desequilíbrio é causado porque, dentro de Riley, a Alegria e a Tristeza se perdem da torre de controle de sentimentos e precisam encontrar o caminho de volta para fazer a menina feliz de novo.

Além de abordar os sentimentos de solidão, tristeza e não pertencimento causados pela depressão, o filme promove uma reflexão sobre a importância do apoio e acolhimento para quem tem algum tipo de sofrimento mental.

9- Elena

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A diretora Petra Costa fez o documentáro sobre sua irmã, que se suicidou


O documentário brasileiro “Elena” narra a vida de Elena Andrade, uma atriz que se suicidou precocemente. A criação e direção da história é de Petra Costa, diretora de “Democracia em Vertigem”, irmã da protagonista.

O documentário reúne vídeos caseiros feitos por Elena e pela família. Petra faz uma narração dos eventos da vida de Elena e da sua própria, construindo sua imagem para os espectadores e contando detalhes sobre a vida das duas. O filme cria uma visão bastante peculiar sobre o suicídio e também foca na dor da perda e luto dos familiares.